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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"Antigo "palácio da droga", em Benfica, dá lugar a jardim sustentável"




"Antigo 'palácio da droga', em Benfica, dá lugar a jardim sustentável"

(por Agência LUSA)



"Um conjunto de edifícios emparedados no bairro Santa Cruz, Benfica, Lisboa, conhecido como o ‘palácio da droga’, deram lugar a um jardim auto-sustentável, inaugurado hoje, onde são reutilizadas terras, água e materiais envolvidos na sua construção.





Vídeo de Câmara Municipal de Lisboa (2012)



A Câmara de Lisboa inaugurou hoje o Jardim do Bairro Santa Cruz de Benfica, onde “durante mais de 20 anos dois edifícios albergaram toxicodependentes, sem-abrigo, prostitutas”, descreveu a presidente da Junta de Benfica, Inês Drummond.

A autarca socialista recordou que os edifícios foram demolidos em agosto de 2009, e que o presidente de câmara, António Costa, “prometeu construir um jardim enquanto não se decidisse o que fazer” naquele espaço.

Aos jornalistas, o autarca disse hoje que não há outro projeto para aquela zona e que o jardim manter-se-á naquele espaço “pelo menos pelo período das nossas vidas”.

O presidente de câmara lembrou que das primeiras vezes que visitou os dois edifícios emparedados - uma obra da Segurança Social que não estava concluída - ficou “impressionado” com a “degradação humana” do “centro de consumo e tráfico de droga” do também conhecido como ‘bunker de Santa Cruz’.

“Era hora de almoço, fiquei impressionado com a quantidade de pessoas a entrar e a sair, a injetarem-se e a cair no chão. Era uma situação insuportável que era importante derrubar, para construir alguma coisa ali para que nunca mais voltasse a ser o que era”, descreveu.

António Costa afirmou que “aquele edifício podia ter sido substituído por outro, mas o que era importante para o bairro era o jardim” e que a câmara “não quis fazer dinheiro”, mas “criar um espaço de fruição da população”, que há muito pedia a demolição do ‘bunker’.

O autarca socialista defendeu que “não se pode ficar parado a chorar a crise” e que “esta é uma altura de viver de forma diferente”, sendo que “em vez das grandes obras há espaço para as pequenas que mudam a qualidade de vida da população”.

Assim, o novo jardim, que vai ser “autossustentável a longo prazo”, como definiu o engenheiro agrónomo responsável pela obra, Francisco Manso, devido às espécies autóctones de Lisboa, o aproveitamento da água de uma nascente local - onde foi construído um pequeno lago - e o reaproveitamento dos materiais da própria demolição dos edifícios “que modelou o jardim”, explicou. Também terras de obras da CRIL foram aproveitadas.

Para “não ser necessário recorrer a corta-relvas” e “poupar no dióxido de carbono”, uma ovelha vai ser “adotada pelos moradores assim que for construído um abrigo com materiais recicláveis”, informaram Francisco Manso e Inês Drummond.

A manutenção do espaço vai ser feita por um grupo de voluntários do bairro.

O jardim está a ser avaliado para ser o primeiro, a nível nacional, certificado pela World Sustainability Society."






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