No seguimento do contributo que o Jorge Resende nos enviou, recebemos hoje de um outro leitor uma pequena precisão relativamente ao "Campo de Futebol Francisco Lázaro", a qual nos deixa visualizar muito bem como deveria ter sido esse recinto.
O testemunho de Fausto Castelhano (a quem muito agradecemos) vinha acompanhado por 4 relíquias do Passado, que, tenho que confessar, me deixaram mesmo encantada!
"Olá, Alexandra,
Os meus parabéns pelo magnífico Blog do qual me tornei "fan" e não me canso de espiolhar.
Envio-lhe um pequeno apontamento àcerca do antigo Campo Francisco Lázaro e depois de ter feito uma atenta leitura da peça do nosso amigo Jorge Resende.
Apenas uma simples precisão.
A entrada para o Campo do Futebol Benfica localizava-se, de facto, no muro que fazia ângulo recto com a fachada do estabelecimento 'Simões Carvalho' e que vinha até ao passeio da Estrada de Benfica.
Nessa fachada existia um portão grande (para as viaturas), um portão pequeno (para a entrada dos espectadores) e um postigo que servia de bilheteira. A outra bilheteira era logo ao lado mas, já na Estrada de Benfica e em frente do estabelecimento Fica-Bem.
De facto, a área do antigo Campo Francisco Lázaro era muito limitada.
Pelo lado Norte, confrontava-se com o muro do Patronato Paroquial da Freguesia de Benfica (do Patriarcado) e, esse espaço sim ocupava toda a área até ao Chafariz de Benfica, com o seu palacete e áreas adjacentes, como recreios etc.
"Boletim de passagem da 1ª para a 2ª classe na Escola Primária Oficial nº 124" (1947)
Imagem cedida por Fausto Castelhano
Imagem cedida por Fausto Castelhano
Aí funcionava uma espécie de Pré-primária e a Escola Primária Oficial nº 124, que frequentei, e que mais tarde, no tempo do prior da Igreja de Nossa Senhora do Amparo e nos primórdios da Televisão em Portugal, aí funcionou um teleclube onde os sócios assistiam aos programas televisivos.
A entrada para o Patronato fazia-se pela porta principal do edifício em frente à Travessa dos Arneiros (hoje Rua dos Arneiros). Todavia, existia um portão bastante largo que dava acesso a um pátio e onde existiam algumas casas de habitação (onde morava o Maurílio e que que não vejo, já lá vão muitos anos) e, também para uma outra entrada do Patronato de Benfica. Por aí entravam as crianças que frequentavam o estabelecimento de ensino.
Pelo lado Sul, o campo era limitado pelo rio [caneiro de Alcântara]. E, quem queria assistir aos jogos e à borla, bastava descer para o rio [caneiro de Alcântara] nos gradeamentos da Av. Grão Vasco e depois, subir junto às traseiras das bancadas (se a polícia não visse). Era um bocado arriscado.
As bancadas eram de madeira (pintadas de cinzento) e, só muito mais tarde, e quando estavam muito danificadas, foram construídas outras, em cimento.
Assim, para lá da margem direita do rio [caneiro de Alcântara] e, aí sim, ocupando a vasta superfície dos prédios (como refere o sr. Jorge Resende) até ao Jardim que fica em frente do Bairro de Santa Cruz, estava instalada a Metalúrgica de Benfica com as suas oficinas, estaleiros e uma razoável fundição.
A baliza do topo nascente ficava junto ao muro que dava para a Estrada das Garridas.
A baliza do topo Poente confrontava-se com uma curta elevação no terreno e, logo, o Ringue de Patinagem Fernando Adrião, cujas balizas, estavam orientadas no sentido Norte/Sul.
As bancadas do ringue, em cimento, estavam encostadas às traseiras dos prédios (com escadas de serviço em ferro) da Avenida Grão Vasco.
Brevemente enviarei uma foto do Campo Francisco Lázaro (que vou incluir num pequeno texto que vou enviar) e que pode esclarecer melhor este assunto.
Com muita amizade,
Fausto Castelhano"
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