sábado, 17 de setembro de 2011

Companhia Nacional de Música





(por Alexandra Carvalho
com Sandra Pereira, Rui Lopo e Alfredo Henriquez)




Tarde solarenga de Julho, em Benfica, e sou desencaminhada pelo Alfredo Henriquez (chileno, que vive na nossa freguesia há mais de 20 anos, que conheci recentemente, por mero acaso, aquando da 1ª Sessão de Cinema ao ar livre) e um casal seu amigo, para ir visitar um local muito especial em Benfica... um dos segredos mais bem guardados e de grande interesse na nossa freguesia (pelo menos, para quem goste verdadeiramente de Música)!

A nós se junta, logo em seguida, um outro amigo deste grupo - de especial relevo para este post -, sobre o qual falaremos mais à frente neste texto.



Entrada da Companhia Nacional de Música na Rua das Pedralvas.
Fotografia de Alexandra Carvalho (2011)




Subimos a Rua das Pedralvas e entramos por uma porta de cor bordeaux, mesmo ao lado do Centro do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).



Armazém de arrumo de inúmeros CD's e DVD's musicais.
Fotografia de Alexandra Carvalho com a máquina de Sandra Pereira (2011)



Ascensor para elevação dos materiais da zona de armazenamento para o piso térreo.
Fotografia de Alexandra Carvalho com a máquina de Sandra Pereira (2011)





Neste espaço, com cerca de 600 m2, funciona, há cerca de 10 anos, a Companhia Nacional de Música - Editora, Produtora e Distribuidora de fonogramas e videogramas musicais, dirigida, desde o seu início, por Nuno Rodrigues.




Nuno Rodrigues, o Administrador da Companhia Nacional de Música.
Fotografia de Alexandra Carvalho com a máquina de Sandra Pereira (2011)





Para quem já não se lembre, ou desconheça por completo, Nuno Rodrigues - editor, autor, compositor, produtor discográfico, músico e intérprete português - foi, entre 1973 e 1993, um dos membros da famosa Banda do Casaco.




Diversos CD's e DVD's na zona de armazenamento.
Fotografia de Alexandra Carvalho com a máquina de Sandra Pereira (2011)



Armazém de arrumo de inúmeros CD's e DVD's musicais.
Fotografia de Alexandra Carvalho com a máquina de Sandra Pereira (2011)




** Como Produtora e Editora independente a funcionar no peculiar mercado português, a Companhia Nacional de Música (CNM) tem sabido construir um percurso de relevo e que contribuiu mais do que uma vez para a revelação de nomes e projectos de reconhecida qualidade.

Foi ao longo da última década e meia que a CNM passa a representar as mais prestigiadas marcas de Música Clássica, de Ópera e de Bailado: Opus Arte, Arthaus, Euroarts, Naxos, Wigmore, Soli Deo Gloria, Christopher Nupen Films, Capriccio, BR Klassik, TDK, entre outras, verdadeiras referências para qualquer companhia no Mundo.

Com a aquisição da Editora Strauss, em 2003, que detinha já o catálogo das extintas Sassetti e Zip-Zip, a CNM veio assim enriquecer de forma substancial o seu catálogo, passando a representar a quase totalidade da obra de Júlio Pereira e trabalhos da Banda do Casaco, de Fernando Tordo, de Luís Cília e de Né Ladeiras, além de muitos outros nomes fundamentais da música portuguesa. Recentemente, organizou edições especiais da obra de Fernando Lopes-Graça, Barata Moura e José Afonso. Também o fado tem sido tratado de forma especial na CNM, que ajudou à consagração de Joana Amendoeira, Ricardo Ribeiro e tantos outros.

No que respeita ao Domínio Público, a CNM foi a primeira companhia a registar a propriedade de obras gravadas das quais se destaca um significativo número de obras de Amália Rodrigues e a prosseguir essa política editorial, com nomes fundamentais quer do nosso património quer dos mais representativos de outras culturas. Nomes como João Gilberto, Jacques Brel, Miles Davis e tantos outros.

A CNM para além de Produtora é Editora e possui no seu significativo catálogo de Publishing, alguns dos mais importantes temas da nossa música, como por exemplo: “Nem às Paredes Confesso”, “ Foi Deus”, “Teus Olhos Castanhos” e obras de Freitas Branco.

Recentemente iniciaram a edição de partituras e de alguns manuais oficialmente adoptados como a “Teoria Musical” e “Solfejos de Artur Fão”.

Em Dezembro de 2010, a CNM começou a reeditar os “Livros que se ouvem”. Não poderia ter iniciado a Colecção de melhor maneira: Fernando Pessoa por João Villaret e Mário Viegas e Jorge de Sena pelo próprio. ***



O animado grupo dessa tarde: Nuno Rodrigues, Alfredo Henriquez, Rui Lopo e Sandra Pereira.
Fotografia de Alexandra Carvalho com a máquina de Sandra Pereira (2011)





A Companhia Nacional de Música foi criada cinco anos antes da chegada a Portugal da famosa FNAC (que, com as suas inúmeras promoções iniciais - dado que, actualmente, desapareceram por completo e os preços são verdadeiramente proibitivos! -, conseguiu fazer encerrar editoras de renome como a Discoteca Roma, a Virgin Megastore ou a Valentim de Carvalho).

Fruto, sobretudo, do importante trabalho empreendido por um homem que gosta verdadeiramente de Música, a Companhia Nacional de Música não teve (felizmente!) o mesmo fim das supra citadas editoras, continuando, no mercado português, a funcionar como um resquício da liberdade de escolha que os clientes ainda podem ter (face aos "tentáculos" da FNAC).

De acordo com as palavras do Nuno Rodrigues, quando o conheci nessa tarde de Julho, "(...) não se compreende porque é que este país tem uma Companhia Nacional de Teatro e outra de Bailado, mas não existe uma Companhia Nacional de Música!"... E, por isso mesmo, ele a inventou.

No entanto, face à actual conjuntura, a Companhia Nacional de Música atravessa momentos difíceis, tal como muitas outras empresas.
Daí que o Nuno Rodrigues, quando lhe perguntei que título deveria dar a este post, me tenha respondido: - "A Cultura está de rastos e aluga-se!"

Ou seja, o Nuno Rodrigues pretende, como forma de poder revitalizar a sua Editora, alugar algumas das salas disponíveis que tem nos seus 600 m2 no Bairro das Pedralvas, em Benfica.
Caso estejam interessados (ou conheçam quem esteja), entrem pff. em contacto com:

Nuno Rodrigues
Tel. 21. 762 09 50
nunorodrigues@cnmusica.com



Paralelamente, o apelo que aqui gostaria de vos deixar, também, é que dediquem algum tempo a dar uma vista de olhos atempada pelo magnífico catálogo online da Companhia Nacional de Música... E vejam lá se não vale mesmo a pena continuar a lutar, teimosamente, para que esta Editora persista!

Já agora, se quiserem encomendar alguma coisita online (e/ou divulgar junto dos vossos amigos), a Administração da Companhia Nacional de Música agradece (e o "Retalhos de Bem-Fica" não tira nenhuma contrapartida ou lucro de tal, dado que o nosso trabalho é sempre feito pro bono).
Muito obrigada!








*** Texto disponível in Companhia Nacional de Música.









2 comentários:

Fausto disse...

Após o excelente texto/reportagem da Alexandra, fiquei com uma enorme vontade de visitar/conhecer a Companhia Nacional de Música!

Anónimo disse...

Grande trabalha que o Sr. Nuno tem dsenvolvido ao longo destes anos. Curiosamente, conheço o Sr. Nuno há anos e não sabia que tinha pertencido à Banda do Casaco.
Um abraço também para o Alfredo, que apesar indisfarçável pronúncia, é um dos bons fregueses de Benfica.
Luís