domingo, 31 de outubro de 2010

ALERTA: - Atenção às Passadeiras de Peões!





Actualização de 05/12/10:


Depois de um comunicado enviado à Junta de Freguesia de Benfica (para o qual continuamos a aguardar resposta), as passadeiras da Av. Grão Vasco foram, finalmente, pintadas na madrugada de 26/11/10.

No entanto, até à presente data, as passadeiras da Rua Pereira Bernardes, junto à Av. do Uruguai, continuam por pintar.

A 02/12/10, na Reunião descentralizada da CML que ocorreu em Benfica, tivemos conhecimento, de acordo com informação veiculada pelo Vereador da Mobilidade da CML, Dr. Fernando Nunes da Silva, que a pintura de todas as passadeiras de peões é da responsabilidade das Juntas de Freguesia, com quem a CML efectuou protocolos de delegação de competências (tendo, inclusivamente, e segundo informação do Vereador, a Junta de Freguesia de Benfica adquirido, recentemente, uma máquina de pintar passadeiras, de forma a diligenciar de uma forma mais célere esta tarefa).



****



Alerta deixado por Joana Esteves na nossa página no Facebook:


"Venho alertar aos condutores e peões que circulam por Benfica que prestem especial atenção aos sinais verticais de passadeiras.

A maior parte das ruas foi alcatroada e ainda não pintaram as listras tão úteis à visualização.

Este meu aviso vem a propósito de mais um atropelamento numa das ruas mais movimentadas da freguesia.
Obrigada."




O "Retalhos de Bem-Fica" aproveita para informar os seus leitores que a conservação e reparação de sinalização horizontal (incluindo a pintura das faixas das passagens de peões) passaram, recentemente, por estabelecimento de um Protocolo de Delegação de Competências da Câmara Municipal de Lisboa para responsabilidade da Junta de Freguesia de Benfica.








O importante alerta que a Joana Esteves nos deixou espelha bem a importância do trabalho que este nosso blog comunitário tem vindo a desenvolver em termos de colaboração cívica, um elemento essencial
para nos transformarmos numa comunidade mais activa e solidária.

Nesse sentido, inauguramos hoje no
"Retalhos de Bem-Fica" o "Espaço Cívico", que passará a estar acessível a todos os cidadãos que queiram deixar apelos, informações ou pedidos de índole colectiva (podendo, para esse efeito, remeter-nos essas informações por e-mail para palavraseimagens@gmail.com, ou através de mensagem colocada na nossa página no Facebook.
O "Espaço Cívico" estará disponível para visualização das suas mensagens através da imagem acima, na barra de ferramentas do lado direito do nosso blog.









sábado, 30 de outubro de 2010

Ainda sobre as "Portas de Benfica"...




(por Alexandra Carvalho)



Conforme já tínhamos referido ontem
, no século XVIII, praticamente todo o concelho da (futura) Amadora pertencia à freguesia de Benfica.
Incluindo-se nessa pertença o território da actual Venda Nova, que fez parte da freguesia de Benfica até esta ser "amputada", em 1886, da parte exterior à nova Estrada da Circunvalação de Lisboa.
A partir dessa data, a estrada passou a constituir o limite fiscal da capital, consubstanciado com a construção das Portas de Benfica, posto onde a guarda fiscal cobrava taxas pela entrada em Lisboa de mercadorias provenientes dos concelhos limítrofes.

A freguesia da Venda Nova foi criada em 12 de Julho de 1997, por desanexação da então freguesia da Falagueira-Venda Nova, a qual foi renomeada na mesma altura para Falagueira.




"Portas de Benfica, à entrada da Venda Nova, que faziam parte da estrada Militar"
Fotografia de Artur Goulart (1961), in Arquivo Municipal de Lisboa



"Portas de Benfica - do lado da Venda Nova"
Fotografia de Artur Goulart (1962), in Arquivo Municipal de Lisboa




Os testemunhos fotográficos existentes no Arquivo Municipal de Lisboa são comprovativos do facto de que, não só os Castelos das Portas de Benfica nunca pertenceram à Venda Nova (vide na primeira fotografia acima, datada de 1961 a localização da placa de entrada na Venda Nova colocada depois do Castelo Sul), como o marco quilométrico "0", que marcava a entrada na cidade de Lisboa, se situava também depois do Castelo Sul (e não antes do mesmo) - vide na fotografia acima, datada de 1962.

Será que, depois de todas as evidências históricas, o Sr. Gabriel Oliveira, Vereador com o pelouro das Obras Públicas da Câmara Municipal da Amadora, nos saberá explicar melhor porque é que "ambos os castelinhos pertencem a este concelho, ponto final parágrafo"???




Mapa disponível in "Roteiro Municipal da Amadora"




Não obstante estes factos históricos evidentes, isso não impediu que, muito possivelmente, por algum "lapso geográfico", a Câmara Municipal da Amadora tenha colocado este mapa no seu website referente ao Roteiro Municipal, onde os Castelos das Portas de Benfica surgem como fazendo parte do seu território (ver mapa acima e clicar para ampliar).




Fotografia de Alexandra Carvalho (2008)

[clicar na imagem para ampliar]


Legenda 1 - A placa toponímica da Rua Elias Garcia já se encontrava colocada no Castelo Norte (não tendo tal facto resultado da presente alteração urbanística da envolvente das Portas de Benfica).

Legenda 2 - Deste marco quilométrico "0" (entretanto, misteriosamente desaparecido) para a frente é que pertence ao concelho da Amadora, até ao marco ainda é Lisboa.

Legenda 3 - Placa de boas vindas ao concelho da Amadora colocada em zona de Lisboa, também já ali se encontrava em 2008.

Legenda 4 - Placa do concelho da Amadora, colocada em frente ao Castelo Sul, em zona de Lisboa, também já ali se encontrava.




O que já não podemos, de modo algum, entender como "lapso geográfico" é o facto da Câmara Municipal da Amadora, pelo menos desde 2008 (*), ter colocado as sinaléticas discriminadas na fotografia acima em território da cidade de Lisboa, tomando-o como seu!...

Resta fazer mais uma pergunta incómoda...

PORQUE É QUE ATÉ AGORA QUEM DE DIREITO AINDA NÃO FEZ NADA QUANTO A ESTA SITUAÇÃO????

Porque é que se deixou avançar com as alterações urbanísticas introduzidas pela passagem da CRIL (que confinaram as Portas de Benfica a esta "triste" rotunda), e a consequente reorganização desse mesmo espaço (culminando, caricatamente, com o desaparecimento do marco quilométrico "0"), para agora se fazer alarido sobre uma situação que, em termos de marcações geográficas, já foi, há muito tempo, usurpada pela Amadora (com o cala-consente de quem deixou que essas placas ali fossem colocadas)??







(*) - Data desde a qual possuímos registos fotográficos do local, mas a colocação dessas sinaléticas poderá mesmo ter sido anterior a essa data.



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Castelinhos das Portas da Amadora (?)




(por Alexandra Carvalho)



Ontem à tarde, fui contactada por uma jornalista do "Jornal de Notícias" (que tem acompanhado a luta do nosso Movimento de Cidadãos pela preservação da Vila Ana e da Vila Ventura), indagando-me sobre o que eu pensava a propósito da nova configuração estilo "ilha" dos Castelinhos das Portas de Benfica.

Conversa vai... e a jornalista interroga-me sobre se não haveria em Benfica algum outro movimento de cidadãos, a lutar pela defesa das Portas de Benfica, já que, segundo ela, não se sabia muito bem se os Castelinhos pertenceriam à Amadora ou a Lisboa, uma vez que ambas as Câmaras Municipais reclamam como seu este património (havendo mesmo uma placa sinalética junto a um dos edifícios, assinalando a chegada à cidade da Amadora).

Na ausência do Prof. Carlos Consiglieri (reconhecido olissipógrafo que tem trabalhado sobre a freguesia de Benfica, entre outros assuntos), transmiti-lhe o contacto do nosso amigo e redactor deste blog, Fausto Castelhano, conhecedor acérrimo da história da nossa freguesia.

E eis a reportagem realizada pela Telma Roque no “JN” de hoje (ler aqui).



Fotografia de Rodrigo Cabrita/Global Imagens

[clicar na imagem para ler a reportagem]



Pensamos, muito logicamente, que não existe um movimento de cidadãos a lutar pelos Castelinhos das Portas de Benfica, uma vez que estes sempre foram e serão pertença da freguesia de Benfica e da cidade de Lisboa... pelo que, até à presente data, nenhum cidadão considerou avançar para uma iniciativa cívica desse género.

No "Retalhos de Bem-Fica", enquanto blog comunitário que divulga o Passado e Presente da nossa freguesia, partilhamos, na íntegra, a afirmação de Fausto Castelhano, ao dizer que as pretensões da Câmara Municipal da Amadora sobre os Castelinhos das Portas de Benfica são absurdas.

Senão vejamos…

No século XVIII, praticamente todo o concelho da (futura) Amadora pertencia à freguesia de Benfica.
Tendo o actual território da Amadora nascido da divisão da antiga freguesia de Benfica, cortada pela Estrada da Circunvalação aquando da redefinição dos limites de Lisboa, em 1885-1886.
A Amadora constituiu-se em torno do lugar da Porcalhota, tendo o município sido criado a 11 de Setembro de 1979.

Em Julho de 1885, a freguesia de Benfica foi incorporada na cidade de Lisboa (fazendo, anteriormente, parte do concelho de Belém).
Em 1886, no final da Estrada foram construídas as Portas de Benfica, marcando a fronteira da entrada na cidade de Lisboa.
Para além das Portas de Benfica, no século XIX, existiam outras 25 entradas na cidade de Lisboa

As Portas de Benfica integravam um sistema de controlo das entradas de mercadorias na cidade e de cobrança do imposto designado por Real da Água. Sendo às Portas de Benfica que se efectuava a pesagem dos produtos que entravam na cidade, servindo este edifício como ponto de apoio para a cobrança do imposto atribuído à entrada de mercadorias em Lisboa.

Os Castelinhos das Portas de Benfica foram Posto Fiscal e Delegação das Alfândegas de Lisboa. Em 1996 estavam quase em ruínas, sendo propriedade do Ministério das Finanças.
No edifício sul das Portas de Benfica instalaram-se, em 1997, a Orquestra Ligeira de Benfica e a sede da Associação da Comunidade de São Tomé e Príncipe.
No edifício norte funciona desde 2001 o Centro de Informação "Em Cada Rosto Igualdade" (inicialmente a cargo da Organização Internacional para as Migrações e, actualmente, da Junta de Freguesia de Benfica).

Foi, precisamente, neste Centro de Informação que tive ocasião de trabalhar, aquando da sua abertura ao público, em 2001. E posso reiterar aqui, publicamente, que, nessa altura, a Câmara Municipal da Amadora não tinha ainda pretensões sobre este património, uma vez que era sabido em termos geográfico-políticos que os Castelinhos pertenciam à freguesia de Benfica, sendo apenas o parque de estacionamento nas traseiras pertença da Amadora.

As Portas de Benfica foram dos poucos edifícios que sobreviveram à urbanização desenfreada e desorganizada da zona envolvente. Apesar de, actualmente, terem sido descaracterizados devido à re-organização urbanística envolvente, que adveio da construção da famigerada CRIL.

O que nós, redactores do "Retalhos de Bem-Fica", fregueses de Benfica, consideramos inaceitável é que, motivados por essas mesmas alterações viárias, outros venham agora tentar sequer usurpar o nosso património!!
Os Castelinhos das Portas de Benfica são uma das últimas entradas que restam, do século XIX, na cidade de Lisboa... e não o inverso (ou a sua própria nomeação seria diferente)!




(actualização por Fausto Castelhano)


Fui lá ver!

Por enquanto, as placas indicativas de "Património Municipal" que, presumo, sejam do Município de Lisboa. Mas, se assim não é, a Câmara Municipal da Amadora já conspurcou os próprios edifícios das Portas de Benfica. Como? Afixou no Castelinho do lado esquerdo, uma placa indicativa da Rua Elias Garcia - Município da Amadora, que sempre teve o seu início para lá das Portas.



Fotografia de Fausto Castelhano (2010)



Quanto ao marco quilométrico, não dei com ele mas, tenho bem presente que ele existia mas, para lá das portas e do lado direito, no início da Rua Elias Garcia.



Fotografia de Alexandra Carvalho (2008)



Quanto às obras de pavimentação ao redor do edifício, julgo que é a Câmara Municipal da Amadora ou, então, Estradas de Portugal e no âmbito da conclusão da CRIL, estarão a efectuar esses trabalhos. O melhor será averiguar.
Quanto ao edifício do lado direito, continua afixado a placa da Associação dos naturais de São Tomé com o patrocínio da Junta de Freguesia de Benfica.



Fotografia de Fausto Castelhano (2010)









terça-feira, 26 de outubro de 2010

Gostámos muito...




... do conceito "... Não vá mais longe!", assim como da imagem minimalista (mas fresca e activa q.b.) da nova campanha que a Junta de Freguesia de Benfica vai dinamizar em defesa do nosso comércio tradicional.

Parece que até ao Natal haverá mais novidades. Ficamos a aguardar com entusiasmo!







Imagens disponíveis in Revista "Benfica", Nº 3
(Setembro/2010) - da Junta de Freguesia de Benfica

[clicar nas imagens para ampliar]









sábado, 23 de outubro de 2010

Encontro-Informativo sobre as Vilas com o PCTP/MRPP




Conforme havíamos anunciado previamente, realizou-se esta manhã um encontro com Garcia Pereira e uma delegação do PCTP/MRPP, que se deslocou à nossa freguesia com o intuito de auscultar junto da população local informações sobre os problemas que afectam esta zona da cidade.



Alexandra Carvalho recebe Garcia Pereira e a sua delegação junto às Vilas.
Fotografia de Rui Mateus (2010)





Neste encontro estiveram presentes dois membros do Movimento de Cidadãos pela preservação da Vila Ana e da Vila Ventura (um dos quais representando também a UNISBEN - Universidade Intergeracional de Benfica).

A delegação do PCTP/MRPP foi informada sobre as iniciativas que o Movimento de Cidadãos empreendeu até à data, assim como as principais vitórias que obteve. Tendo Garcia Pereira manifestado o apoio do seu partido a esta Causa, considerando que é fundamental divulgá-la cada vez mais, para mobilizar a opinião pública.

Este encontro-informativo inseriu-se no âmbito do trabalho que o Movimento de Cidadãos tem vindo a desenvolver, nomeadamente, através do envio de informação regular sobre este processo aos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal de Lisboa (o que culminou, em Abril de 2010, com a aprovação de uma Recomendação da AML pela preservação das Vilas).

Pelo que aqui reiteramos, em nome do Movimento de Cidadãos pela preservação da Vila Ana e da Vila Ventura, que, não tendo qualquer motivação partidária por detrás dos objectivos que nos uniram nesta Causa, nos encontramos disponíveis para receber, informar e dar conhecimento das nossas preocupações a qualquer partido político que manifeste interesse.











sexta-feira, 22 de outubro de 2010

COMUNICADO: - Vilas, Encontro-Infomativo (Sáb. 10h15)




No âmbito do trabalho que o Movimento de Cidadãos pela preservação da Vila Ana e da Vila Ventura tem desenvolvido em prol da defesa e recuperação destas duas Vilas centenárias, símbolo da memória histórica da nossa freguesia, fomos convidados a estar presentes num encontro com o Dr. Garcia Pereira, amanhã (Sábado - 23/10/10), entre as 10h15 e as 10h30, junto às Vilas, com vista a informá-lo sobre o ponto de situação em relação a esta Causa e as nossas preocupações.

Este encontro-informativo está inserido na deslocação que o Dr. Garcia Pereira fará a Benfica, no âmbito de uma acção mais ampla do PCTP/MRPP, com vista a contactar com a população local, para obter mais informações sobre os problemas que afectam esta zona importante da cidade.

O Movimento de Cidadãos uniu-se, em Dezembro de 2009, na luta pela preservação destes dois edifícios históricos, não tendo qualquer motivação partidária por detrás dos seus objectivos; encontrando-se, porém, e como já tem sucedido noutros casos, aberto a divulgar e informar sobre esta Causa todos os partidos políticos que, assim, o solicitem.







quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Lomba





Fotografia de Alexandra Carvalho




Saudamos com muito entusiasmo a inicitativa, tomada na semana passada, de colocação de uma lomba na passagem de peões na Estrada de Benfica, junto às Vilas, na esquina com a Rua Amélia Rey Colaço (local onde já haviam sido atropeladas inúmeras pessoas e animais, por condutores que guiam como se estivessem em plena Fórmula1)!

Na mesma Estrada de Benfica, um pouco mais à frente, junto à confluência com a Rua Paz dos Reis, uma outra lomba seria muito bem vinda!






terça-feira, 19 de outubro de 2010

Orçamento Participativo: Assembleia de Voto em Benfica





Como já aqui tínhamos anunciado, decorre até ao final do mês de Outubro, a fase de votação nos projectos para a cidade de Lisboa, no âmbito do Orçamento Participativo 2010/2011.

De modo a tornar possível a participação das pessoas que não têm ou não sabem aceder à internet, a Câmara Municipal de Lisboa disponibiliza computadores e funcionários aptos a ajudar as pessoas em vários espaços municipais, no autocarro OP e nas Assembleias de Voto criadas para o efeito, que vão começar já esta quarta-feira, dia 20 de Outubro, na Junta de Freguesia de Benfica. Os cidadãos poderão deslocar-se aos locais de voto onde encontrarão todo o auxílio que precisam para que possam exercer a sua opção.

As Assembleias de Voto vão ter lugar em 4 locais distintos da cidade e irão decorrer das 10 às 20 horas:

20 de Outubro - Junta de Freguesia de Benfica, Avenida Gomes Pereira, n.º 17;

22 de Outubro - Junta de Freguesia de Santo Estevão, Rua dos Remédios, 53, R/C:

27 de Outubro - Junta de Freguesia de Santa Maria de Belém, Largo dos Jerónimos, 3, R/C;

29 de Outubro - Escola Eça de Queirós (Olivais), Rua Cidade de Benguela.


Se ainda não votou online num dos projectos apresentados ao Orçamento Participativo (preferencialmente um projecto para a nossa freguesia), aproveite esta Assembleia de Voto que se realiza na nossa Junta de Freguesia amanhã e faça-o!

Divulgue junto dos seus contactos! A participação de todos é muito importante!









A nossa freguesia de Benfica dispõe, nesta fase, de 29 projectos nos quais poderá votar online. Consulte-os aqui e vote naquele que considerar melhor para a nossa freguesia! Participe!

Pessoalmente, enquanto co-autora do nosso "Retalhos de Bem-Fica" e por tudo o que esta freguesia significa para mim, prefiro vê-la mais verde e com espaços destinados ao convívio comunitário e ao usufruto por parte dos cidadãos, do que impregnada de construção de mais parques de estacionamento... pelo que foi, sem sombra de dúvidas, que votei na proposta apresentada a OP para "Reabilitação do Parque Silva Porto (Mata de Benfica)".






segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Abertura Oficial do Ano Lectivo de 2010/2011 e recepção solene aos alunos na Stimuli/Unisben


No passado dia 15 de Outubro de 2010 e num ambiente de verdadeira amizade e confraternização, a Stimuli/Unisben procedeu à abertura oficial do Ano Lectivo de 2010/2011 e à recepção solene aos alunos.








A comemoração teve início com a Tuna Académica da Stimuli/Unisben, sob a direcção de Guilherme Cancelinha, que desceu à rua com a sua música e cantares. Desfilou pela Avenida do Uruguai e actuou junto à Livraria "Ulmeiro" sob o entusiasmo da população que aí se concentrou.

No espaço da Stimuli/Unisben, actuou um conjunto de jovens do Grupo de Percussão Bombrando da vizinha Freguesia da Brandôa com os seus bombos, tambores e gaita-de-foles e sob a orientação do Prof. António Neves... Um espectáculo!
A completar a parte musical, a Tuna Académica da Stimuli/Unisben entrou em cena... Em cheio!

Procedeu-se à abertura do ano Lectivo de 2010/2011 com uma pequena intervenção do Prof. Carlos Consiglieri, Presidente do Conselho Directivo/Pedagógico da UNISBEN - Universidade Intergeracional de Benfica.
Breves intervenções da Presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Inês Drumond, Presidente da Assembleia de Freguesia de Benfica, Ricardo Saldanha e Jorge Trigo do Departamento da Hemeroteca da Câmara Municipal de Lisboa que nos honraram com a sua presença.

Depois, seguiu-se um beberete em grande... Um dia inesquecível...





quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Casting Teatro




A Junta de Freguesia de Benfica vai promover brevemente a realização de um casting para o Grupo de Teatro Amador de Benfica...



Direitos de autor da imagem: Junta de Freguesia de Benfica

[clicar na imagem para ampliar e ler]




Apareça, se estiver interessado/a!





terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tabernas, Tascas e Casas de Pasto na Freguesia de Benfica (2)




Todos os direitos reservados @ Fausto Castelhano, "Retalhos de Bem-Fica" (2010)




Ler aqui o Capítulo 1



(Capítulo 2)

Por Fausto Castelhano



A pausa terminou! Aprontemo-nos, há muito caminho a palmilhar. Para já, seguimos rentes ao gradeamento em ferro do estupendo palacete do Visconde Sanches de Baena, cuja demolição foi, com efeito, um violento atentado ao património histórico da Freguesia de Benfica. Logo à frente, mais ou menos a meio do trajecto que dista entre o final deste edifício e a esquina da Avenida Gomes Pereira, encontramos o prédio da Junta de Freguesia de Benfica, já arrasado e substituído por mais um prédio inestético, tipo gaiola. No 1º andar, após subir as escuras escadas de madeira e se chegava ao patamar do velho edifício, á direita, lá estava o local da Junta de Freguesia e onde a solícita funcionária atendia os cidadãos, espreitando pelo postigo inserido na respectiva porta. Muito castiço…



Avenida Gomes Pereira, nº 2, gaveto com a Estrada de Benfica. Do outro lado da Avenida, a cervejaria/restaurante “O Edmundo” que ocupou o espaço d’uma das mais reputadas mercearias da nossa Freguesia.
(Foto de Nuno Barros Roque da Silveira - 1972 - Arquivo Municipal de Lisboa)



No rés-do-chão, a cervejaria/restaurante “A Regional de Benfica” a qual, bastantes anos depois, seria rebaptizada: “O Refúgio dos Beirões”. Estabelecimento mais recente e, embora não reunisse as tão peculiares características do género de locais que estamos a abordar, volta e meia, assentávamos arraiais por aquelas bandas beberricando umas cervejolas fresquinhas. Numa salinha interior ajeitada para o efeito, duas mesas de “Negus”, um estimulante atractivo que enchia os nossos momentos de entretenimento…
Contudo, a principal razão que nos levou a frequentar “A Regional de Benfica”, assiduamente e numa época bastante precisa, teria sido a famigerada Gripe Asiática que desembarcou em Lisboa a 9 de Agosto de 1957 a bordo dum navio vindo de África e que, mal desceu pelo portaló e botou os chispes em terra lusa atacou, furiosamente e a eito, a desprevenida população portuguesa, causando inúmeras vítimas, à semelhança de estragos arrasadores noticiados noutros lugares do planeta onde, e “à má fila”, arribou sem cerimónias…
Então, o porquê da “Regional de Benfica”? Ora, só ali obtínhamos os ingredientes necessários (pela variedade de escolha) na composição da vacina milagrosa na esperança, claro está, de nos protegermos, face à latente e grave ameaça do mortífero vírus da tal gripalhada. Nem mais!
Sim, senhor! As famosas e tão badaladas “Atómicas” que obtiveram estrondoso brado pelas redondezas, vacina artesanal de suprema eficácia contra a moléstia maligna, oportuna e genial invenção do grande amigalhaço e vizinho Manecas (1), mercê d’um irrepetível rasgo de discernimento mental! Manecas, serralheiro mecânico de profissão na Fábrica Simões, sempre com alguns trocos nos bolsos e que repartia, irmãmente, com os companheiros de aventuras, era o mais velho e o cabecilha incontestado do endiabrado e solidário grupo de jovens, ao qual tive a felicidade de pertencer… Rapaziada soberba e predisposta a encetar uma qualquer malfeitoria que lhes cintilasse nas fervilhantes cachimónias!



O prédio de gaveto da Estrada de Benfica com a Avenida Gomes Pereira, nº 2. Já foi loja de modas e pronto-a-vestir de senhoras e cavalheiros. Actualmente, é uma dependência do BBVA - Banco Bilbao e Viscaya Argentaria, S.A.
(Foto de Fausto Castelhano - Outubro de 2010)




Então, aí vai a explosiva receita (é uma atenção especial p’rós meus amigos, é de borla, os tempos estão beras como o caraças, mas eu sou assim… um mãos largas p’ró meu semelhante) e o modo do seu preparo, no caso d’uma próxima e favorável ocasião (Chiça! P’ra longe vá o agoiro!), se o temível surto gripal da Asiática pregar uma sádica partidinha e nos visitar de novo no intuito declarado de aterrorizar a maralha até ao tutano! Tomem nota: uma “imperial” bem fresquinha, misturar três das chamadas bebidas brancas fortes, à escolha do freguês ou então, atendendo a uma qualquer sugestão do parceiro do lado (anis, ginjinha, bagaço, vinho do Porto, abafado, gim, brandy e o que mais houvera, à vista, nas prateleiras). Emborcar o medicamento pelas goelas abaixo d’uma só vez e repetir a dose de três em três dias, pelo menos…
Era assim! Engolíamos a diabólica mistela de chapuz a qual, requeria coragem a rodos e estômagos de ferro… A sensação de violento ardor tornava-se patente, brutal, porém havia que aguentar a estopada de cara alegre, ninguém dava parte de fraco, sabe Deus com que extrema relutância… Pior, só óleo de rícino! Muito boa gente da Freguesia de Benfica, atemorizada pela fatal moléstia, seguiu o nosso exemplo e desataram a ingerir o prodigioso remédio… Será que se safaram? Acho que sim, nem outra cousa seria de esperar!
Durante algum tempo, o extravagante tratamento foi seguido à risca sem ninguém pestanejar e, coincidência ou não, o certo é que a rapaziada jamais foi acometida pela funesta epidemia, enquanto uns milhares de infectados iam caindo como tordos! O supremo sacrifício, que o Divino Espírito Santo seja louvado, valeu bem a pena!



A inauguração em 23 de Agosto de 1967 da Avenida do Uruguai: o Presidente da Câmara Municipal, António Vitorino França Borges, o Cônsul do Uruguai em Portugal, o Vice-presidente da Câmara Municipal, Aníbal David, o Director dos Serviços de Abastecimento da Câmara, Filipe Romeiras, etc.
(Foto de João Brites Geraldes - 23 de Agosto de 1967 - Arquivo Municipal de Lisboa)



Mas, hoje e cá p’ró rapaz, estou convencido de que se tratou de uma sábia maluquice, um feliz desarrincanço, semelhante a tantos outros e que, volta meia, nos surgia como forte relâmpago nos interfolhos das massas encefálicas. O problema, é que todos amocharam, ai daquele que ousasse contestar a ideia e… pronto! As “Atómicas”cumpriram o seu desígnio, vieram p’ra ficar… e recomendam-se…



O prédio de gaveto da Estrada de Benfica, nº567 com a Avenida Gomes Pereira, nº 1. No espaço, hoje ocupado pelo restaurante/cervejaria “Edmundo” existiu, em tempos que já lá vão, uma reputadíssima mercearia.
(Foto de Fausto Castelhano - Outubro de 2010)



Por agora, chega de palheta, vamos dar ao pernil um pouquinho… Olha, lá está a pequena mercearia do Sr. Mané-Mané… Aproveito e compro uns rebuçaditos dos jogadores do chamado desporto-rei, a tostão cada! Ao lado da caixa de lata dos rebuçados, o chamariz desafiante: a bola de catechu nº 4, o prémio p’ró mais difícil da colecção… E o tal que faltava p’ra completar a caderneta, acabava por sair à casa… O habitual e jamais houve notícia de que alguém tivesse a alegria de afinfar uns valentes chutos na chincha que todos cobiçávamos…
Piões e berlindes, cadernos de uma e duas linhas, tabuadas e lápis, lousas e aparos, etc. A tenda do velho Mané-Mané, vendia tudo aquilo que nos enchia as medidas…
Daqui, damos uns passitos e cá estamos no cruzamento da Avenida Gomes Pereira. A 21 de Maio de 1899 e nos terrenos pertencentes da Quinta do Marrocos, iniciaram-se os trabalhos da construção desta importante via entre a Estação dos Caminhos-de-Ferro e a Estrada de Benfica, num projecto elaborado pela Câmara Municipal de Lisboa.
A Avenida do Uruguai, que prolongaria a Avenida Gomes Pereira, ainda não rasgara, de alto a baixo, a Quinta da Granja de Cima… Mais tarde, sim!



Lá está o café/cervejaria e a respectiva esplanada na Estrada de Benfica, nº 524. Actualmente, o local tomou o nome de restaurante/marisqueira “A Roda”. O prédio, mais tarde, iria formar gaveto com a Avenida do Uruguai depois da inauguração em 23/8/1967.
(Foto de Artur Inácio Bastos - 1961 - Arquivo Municipal de Lisboa)



O influente lobby da construção civil, imbuída de insaciável ganância, não perdeu tempo e aproveitou, de mão beijada, a oportunidade que se lhe deparou… Retalhou, a seu belo talante, o mimoso espaço rural que ali pontificava em todo o seu esplendor e era um regalo p’rós olhos... Tomando o freio nos dentes e cavalgando a toda a brida, o cimento armado iria desfigurar, de modo profundo e definitivo, a fisionomia da Freguesia de Benfica… As Quintas da Granja (de Cima e de Baixo) e do Conde; Charquinho (2) e Zé Brito; Bom-Nome ou Sarmento; Montalegre e Palmeiras e a sua extensa mata de eucaliptos e palmeiras, um dos pulmões da Freguesia; Pedralvas, etc. O mundo rural aproximava-se do fim!



A cervejaria/marisqueira “A Roda” no nº 524 da Estrada de Benfica. Neste local, existia um café/cervejaria (com uma outra designação) e, em pleno passeio, uma agradável esplanada.
(Foto de Fausto Castelhano - Outubro de 2010)



Esta via estruturante iria romper p’ra Norte, dando acesso fácil a Carnide, Pontinha, Telheiras, Lumiar, etc., uma vez que, tanto a Estrada do Poço do Chão, como a Azinhaga da Fonte, deixaram de corresponder ao excesso de tráfego que, entretanto, aumentara de modo significativo…
A Avenida do Uruguai, apenas seria solenemente inaugurada em 23 de Agosto de 1967 com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa de então, França Borges, o Cônsul do Uruguai em Portugal e uma panóplia de figurões do regime, além dos habituais mirones e basbaques com o fito indisfarçável d’um instante de glória das suas obscuras vidas: de relance, surgir nos écrans da televisão… Era o máximo que se poderia imaginar! Ah! Não olvidar as amestradas câmaras e microfones da RTP, subservientes do Poder instalado e, como é evidente, a reboque e sempre, sempre de cócoras! As tais fantochadas do costume! Não obstante, nada se modificou, ontem como hoje…



O bonito palacete na Estrada de Benfica, nº544. Neste edifício esteve instalado o Posto Médico nº15 da Caixa de Previdência e, depois do 25 de Abril de 1974, foi ocupado pela UDP - União Democrática Popular. Foi arrasado! Mais um!
(Foto de Armando Serôdio -1971 - Arquivo Municipal de Lisboa)



Espectáculos apalhaçados que se vão repetindo até ao vómito e sem ponta de escrúpulos dos seus mentores contudo, é o pão-nosso de cada dia, seja na inauguração de chafariz da aldeola do depauperado e desertificado interior do país ou sentina pública da cidade… É Portugal no seu melhor!
No prédio de gaveto da Avenida Gomes Pereira, nº 1, com a Estrada de Benfica, nº 567, o restaurante/cervejaria “Edmundo”. Já lá vão muitos e muitos anos e ali, naquele privilegiado espaço, uma reputadíssima mercearia se destacava na área comercial da nossa Freguesia.



Travessa do Açougue, nº4 a 10. A Travessa do Açougue e o curioso conjunto de habitações de um só piso, provavelmente destinadas ao operariado e que teriam sido construídas em 1913.
(Foto de Arnaldo Madureira 1970 - Arquivo Municipal de Lisboa)



Saltamos p’ró outro lado da Estrada de Benfica, ou seja, do lado da Avenida do Uruguai e, no prédio de gaveto, o talho/salsicharia (que já foi talho de carne de cavalo) e a cervejaria/marisqueira “A Roda”, no nº 524.
Nas décadas de 50/60 do século XX e com outra designação, neste local existia um óptimo café/cervejaria com a sua agradável esplanada em pleno passeio, como se pode observar na foto que é inserida no texto... No seu interior, assistia-se aos programas d’um novel atractivo e que se tornou, rapidamente e em força, no mais eficaz instrumento de manipulação do maralhal: a Televisão, através da recepção das ondas electromagnéticas emitidas pelo Centro Emissor de Monsanto da RTP
Bebia-se bica ou cerveja, fumavam-se umas cigarradas e, mantendo um pouco de cavaqueira, matava-se o tempo nas calmarias, no relax, para descomprimir…
Agora, vamos caminhar no sentido da Igreja Paroquial, isto é, donde iniciámos o nosso percurso. Lá está o palacete no nº 544, onde funcionou o Posto nº 15 da Caixa de Previdência e onde, pós o 25 de Abril de 1974, a União Democrática Popular - UDP, um pequeno partido parido no auge da Revolução dos Cravos e que, entretanto e tal como muitos outros, se extinguiu de morte natural ou foi absorvido por outras forças políticas, resolveu ocupar e instalar a sua sede local… O vistoso palacete, como se calcula, foi à vida! Mais um…
Umas passadas adiante e já está: a Travessa do Açouque e, cara a cara, a Travessa do Rio e a taberna/carvoaria do Ti’Alfredo onde já estivemos…
Repare-se que, nos últimos anos da década de 50 do século XX e sobre o início da Travessa do Açougue, plantaram um mamarracho mal enjorcado, mas não respeitaram nada nem ninguém. A via foi cortada ao trânsito de veículos e apenas, por especial obséquio, deixaram um pequeno túnel de passagem pedonal. O maldito camartelo nem as ruas poupava. As portas e janelas dos moradores da Travessa do Açougue, nº1 e 3, ficaram encafuadas no interior do túnel… Vão lá ver e pasmem, que maravilha!



Travessa do Açougue, nº 7 e 9. O Sr. Arnaldo, o nosso padeiro e amigo de muitos anos, residia no 1º andar do nº 9.
(Foto de Arnaldo Madureira - 1970 - Arquivo Municipal de Lisboa)




Com a Calçada do Tojal, foi pior, muito pior! De bradar aos céus! A sorte madrasta bateu-lhe à porta, brutamente! Tamponaram, à falsa fé e drasticamente, o acesso directo à Estrada de Benfica que, desde os mais remotos tempos, sempre existiu! Afinal, é capaz de ser um pormenor sem a mínima importância, nós é que estamos a divagar com a mania de implicar por qualquer palheirinha. Mas, atentem, com olhinhos de ver, no abominável fenómeno, digno de registo!
Resta averiguar quem engendrou tais esquemas e manigâncias e quem autorizou a sua execução! Fica a pergunta!
Como se torna claríssimo, no valioso espaço do início da Calçado Tojal, enxertaram um feio mamarracho na Estrada de Benfica, nº664 e outro, de idêntica carantonha, sito na Rua Ernesto da Silva, nº17! Autêntica barbaridade de que a nossa Freguesia de Benfica é fértil, Graças a Deus ou ao Demo, já não atino… p’ra que lado me hei-de benzer… Estou baralhado!
Vamos penetrar no insólito túnel de alguns metros de extensão e deitar uma simples olhadela à Travessa do Açougue… ”Ena, pá! Parece um pátio em ponto grande!”… Por acaso, assim é… O conjunto de casas alinhadas e d’um só piso são, na verdade, algo curiosas e segundo voz corrente, teriam sido construídas em 1913 e destinavam-se à habitação do operariado da Freguesia de Benfica.



O prédio da Estrada de Benfica, nº 554. No nº 554A, a taberna do “Zé da Graça” e onde, presentemente, está instalada uma loja de produtos naturais: “O Celeiro da Memória”. A porta, à esquerda, dava acesso ao andar superior e a uma loja de referência: “Foto Nice”.
(Foto de Artur Goulart - 1960 - Arquivo Municipal de Lisboa)




No 1º andar do nº 9, residia o nosso padeiro, o Sr. Arnaldo, sempre prestável e com o qual mantínhamos uma relação de sincera amizade. Em 1948, um seu filho, pequenito, adoecera gravemente com a meningite. Fomos visitá-lo em sua casa… Prostrado, aplicavam-lhe sanguessugas sobre a fronte, as quais iam sendo revezadas à medida que inchavam de sangue do menino, sugado pela ventosa glutona dos repugnantes animaizinhos… Nada resultou e a infeliz criança esticou o pernil daí a dias… As sanguessugas, jamais as esqueci! Ao relembrar a sua visão, causa-me inesperados arrepios!



Cá está o prédio da Estrada de Benfica, nº 554. Aqui, na entrada do lado direito com o nº 554A, existia a taverna do “Zé da Graça”. Hoje, o local da taverna mudou de ramo. Actualmente, é uma loja de produtos naturais: “O Celeiro da Memória”. No 1º andar, estava instalada a “Foto Nice”.
(Foto de Fausto Castelhano - Setembro de 2010)



Fazendo quina com a Travessa do Açougue, o remodelado prédio da Estrada de Benfica, nº 554. No 1º andar, a célebre Foto Nice (já não existe, que pena!) e, na porta ao lado, nº 554A, a taberna do “Zé da Graça”, uma simpatia de pessoa e aonde os clientes não faltavam e nem se davam por defraudados p’rá vinhaça do barril e petiscos… Hoje, o antigo e mítico estabelecimento mudou de ramo: uma loja de produtos naturais, muito na moda: “O Celeiro da Memória”.
Por agora, ficamos por aqui… O esqueleto exige um pequeno descanso!


Continua…





NOTAS


(1)


O “Manecas"



O “Manecas” morava na Estrada dos Arneiros, nº 2. Vivia com a mãe, viúva, a D. Bernardina, e os tios, a D. Maria e o Sr. João e, ainda, o filho de ambos e nosso companheiro de façanhas, o Armando. O Henrique, irmão do Armando, aluno interno da Casa Pia, só tinha ordem de soltura aos fins-de-semana. O Sr. João, porteiro (um biscate) no Cinema da Avenida Gomes Pereira, sede do Sport Lisboa e Benfica, como bom vizinho e amigo que era, se a lotação não esgotava deixava-nos entrar à borla… mas sempre com o olho atestado no pessoal…



A casa onde morava o “Manecas” na Estrada dos Arneiros, nº2, à esquerda; no nº2A, à direita, morava a família do Sr. Manuel Estrelado.
(Foto de João H. Goulart -1965 - Arquivo Municipal de Lisboa)




Dezembro de 1952 - Estrada dos Arneiros, nº2A, onde morava o Sr. Manuel Estrelado, a esposa e os dois filhos: o José da Conceição (faleceu em 1957, vítima de atropelamento no Calhariz de Benfica) e a Maria da Encarnação, com quem vim a casar e que faleceu em 1983. Na foto, o José e o avô materno.
(Foto de Fausto Castelhano)




“Manecas” entregou a alma ao Criador na década de 80 do Século XX. Espero, lá onde estiver, que continue a repartir pelos comparsas lá do sítio, as “bombinhas” e as “rabichas” dos Santos Populares que costumávamos atirar pelas janelas e a enfiar nas ranhuras das caixas do correio dos nossos vizinhos de Benfica…




(2)


A Quinta do Charquinho



A Quinta do Charquinho tinha entrada pelo nº 4 da Estrada dos Arneiros. No seu lugar e nos finais da década de 50 do século XX, foi edificado o Bairro do Charquinho e, parte do seu espaço, seria ocupado pelo Cemitério de Benfica aquando do seu alargamento.



Estrada dos Arneiros nº2 e 2A, 4 e 6, a contar da direita para a esquerda. Entre estas duas moradias, está o portão de entrada da Quinta do Charquinho.
(Foto de João H. Goulart -1965 - Arquivo Municipal de Lisboa)



Primavera de 1947 na Quinta do Charquinho - Da esquerda para a direita, em cima: as minhas duas irmãs, Helena e Manuela e entre as duas, o Manuel, namorado da Manuela; e os velhos amigos da família, o Sr. Ferreira e a esposa D. Felícia. Em baixo, mais três amigos e o Fausto. Vinham p’rós almoços de coelhos e galinhas de cabidela, regadoss com a excelente àgua-pé, a melhor das redondezas e fabricadas com uvas de grande qualidade da região de Torres Vedras. As uvas, de candonga, eram transportadas em camiões, de madrugada, contornando a Fiscalização Económica, muito severa.
(Foto de Fausto Castelhano)



Até ao final dos anos 40 do século XX existia, na Quinta do Charquinho, o mais prestigiado Retiro das chamadas “Freguesias do Termor” e onde comia e bebia do bom e do melhor e, claro, cantava-se o Fado em grande estilo com os mais conceituados fadistas da época.


Fadistas da Velha-guarda

Em tempos que já lá vão,
O fadista era gingão,
alcunhado de rufia...
De calça estreita e samarra,
Chapéu largo e uma guitarra
Era alguém na Mouraria

Gostava de ir ao Charquinho,
Aonde havia bom vinho
E fresca sardinha assada...
Outros mais para lá iam
E todos se divertiam
Em fados à desgarrada

Ia ao Ferro d’Engomar,
Muitas vezes petiscar,
Ou mesmo ao Senhor Roubado...
E sempre de farra em farra,
Entre mãos uma guitarra,
O corrido era seu fado.

Agora tudo mudou,
A Mouraria passou
Para a tela dos artistas...
No seu lugar uma praça,
Por onde o fado não passa,
Nem já lá param fadistas.

Agora já não há gingões
Quem canta, canta canções,
Direito, bem aprumado...
E a alcunha do fadista,
Passou a ser a de artista
Que ao swing, chama fado

Um apelo, agora, faço
Vai com ele o meu abraço
Para o fado que cobiço:
Que os novos que o palco tem,
Passem a cantar, também,
O nosso fado castiço.

Luciano Marques




A morte da última moradia dos velhos tempos…


Na moradia da Estrada dos Arneiros, nº 30, vivia o Sr. Rogério Cardoso, professor na Escola António Arroio, (faleceu em 2009) e família: a esposa, D. Beatriz, já falecida, e os quatro filhos, companheiros de andanças (Norberto, Paulo, Jorge e Orlando. Esta foi a última demolição ocorrida tanto na Estrada dos Arneiros como na Estrada do Poço do Chão… Paz à sua alma!



A última casa a ser demolida na Estrada dos Arneiros, 30.
(Foto de Arnaldo Madureira -1970 - Arquivo Municipal de Lisboa)











domingo, 10 de outubro de 2010

As Vilas na Revista "Tabu"







Revista "Tabu" do Semanário "Sol" (01/10/10)

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PEDIDO DE AJUDA - Pagamento da operação da cadelinha LAIKA



Actualização de 19/10/10:

Muito obrigada a todos aqueles que responderam a este nosso apelo e tornaram possível que a operação da cadelinha Laika fosse paga (quando os seus donos se recusaram a tal).

A verba já foi liquidada na totalidade.





A cadelinha LAIKA (velhinha e surda) fugira de sua casa, em Benfica.

Entre a noite e o dia em que se viu perdida e desorientada no meio da rua, foi atropelada, tendo ficado com o globo ocular de um dos olhos todo para fora.

A LAIKA foi vista por algumas pessoas no dia 30/09/10, no meio da Estrada de Benfica; tendo sido recolhida, nesse mesmo dia, por uma voluntária de uma associação zoófila, da parte da tarde, quando já ia a caminho da Pontinha.

Graças a alguns vizinhos, descobriu-se quem eram os donos da LAIKA, que foram informados onde a cadelinha se encontrava e que necessitava de ser urgentemente operada, antes que o seu olho infectasse e pudesse contrair septicemia.

Infelizmente, descobriu-se também que o tratamento que era dado a uma cadela já velhinha como a LAIKA, não era o mais adequado.

O seu dono, que a utilizou no Passado para a caça e a votou agora na sua velhice à solidão num quintal frio, não a queria mandar operar. A dona parecia verdadeiramente preocupada com a cadelinha.

E a LAIKA foi operada na LPDA a 01/10/10.



Fotografia de AMIAMA


Inicialmente, os seus donos continuavam a telefonar de quando em vez, para saberem notícias da LAIKA. Depois os telefonemas pararam...

Actualmente, a AMIAMA - Associação dos Amigos dos Animais e do Ambiente da Amadora, que auxiliou a LAIKA, debate-se com inúmeros problemas no seu abrigo e falta de verbas para conseguir resolver todos eles, ajudando assim os animais que precisam.

A conta da operação da LAIKA (100€) ficou por pagar... e, muito possivelmente, os seus donos nunca o irão fazer.

Estamos a tentar angariar fundos para que a AMIAMA possa pagar esta operação, não ficando defraudada nas suas contas (e prejudicando assim outros animais que precisem).

Pff., se nos puder ajudar, envie o seu contributo para o NIB da AMIAMA:

0036008899100023451 39 (Montepio Geral)

E comprovativo por e-mail para -
amiama.animaisabandonados@hotmail.com,
indicando que o donativo é para ajudar no pagamento da operação da cadelinha LAIKA.



Fotografias de Júlia Piedade



A LAIKA encontra-se, actualmente, protegida na família que a acolheu em pós-operatório.

É um animal extremamente meigo e muito carente, que, quando se vê sozinho, começa logo a uivar em busca de companhia.

A LAIKA merece que os seus últimos anos de velhice se passem em paz, tranquilidade e com muito amor.

Muito obrigada a todos os que puderem ajudar!








quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sinais dos Tempos




(texto e fotografia de JCDuarte)






Ali mesmo a meio da Av. Gomes Pereira, em Benfica.

A reciclagem de tudo o que tem valor ou talvez o tenha, e onde cada vez mais há gente a lá ir vender e a lá ir comprar.

Mas, confesso, tenho um outro indicador dos tempos de crise que vivemos. Mais prosaico e comezinho, não consta das estatísticas nem os economistas ou políticos dele falam.
Refiro-me ao aumento, continuo, da quantidade de pessoas que pedem cigarros na rua a desconhecidos. Não importa que seja numa zona nobre da cidade, num bairro típico ou num dormitório suburbano: quer estejamos parados à espera de transporte ou caminhando pela rua, raro é o dia em que se não é abordado várias vezes para dar apoio ou vício, que nós mesmos temos.
Em que circunstâncias dou? Bem, depende do meu próprio estado de espírito. Mas, garantido, se a abordagem se inicia por um “Oh chefe!” ou um “Eh pah!”, aí não há nada p’ra ninguém.





quarta-feira, 6 de outubro de 2010

APELO: Pelo Projecto "Ruin'Arte" (e pelo Gastão)




O meu amigo Gastão de Brito e Silva é um daqueles (poucos) teimosos que ainda persistem, de alma e coração, na luta pela preservação do nosso património edificado.



Vila Ana e Vila Ventura - Estrada de Benfica, Nº 674
Fotografia de Gastão Brito e Silva





Falámos pela primeira vez ao telefone por causa das Vilas, que ele quis logo fotografar, quando teve conhecimento do Movimento de Cidadãos que por elas se batia em Benfica...

Mais tarde, conhecemo-nos numa incursão fotográfica pela Quinta do Pombeiro (num outro projecto que, também, me diz muito, mas em termos profissionais)...

Como fiel amigo e defensor desta nobre Causa do património, o Gastão esteve também presente, como orador, na festa de comemoração dos 100 anos da Vila Ventura...



Palacete rústico - Estrada de Benfica
Fotografia de Gastão Brito e Silva



Caminho da Feiteira - Benfica
Fotografia de Gastão Brito e Silva





Ao fim de quase 2 anos à frente do seu Projecto "Ruin'Arte", chamando a atenção para a degradação do património arquitectónico deste País, mostrando o lado romântico que cada ruína transporta… O meu amigo Gastão de Brito e Silva precisa de ajuda!
E disse-o, de uma forma sincera e bem disposta (como é seu apanágio), neste seu magnífico post...

O caso é verdadeiramente sério, uma vez que o Gastão foi assaltado e perdeu todo o material de trabalho que tinha, não podendo agora dar continuidade ao seu Projecto "Ruin'Arte" ou à sua profissão.

Para além do material de trabalho que lhe foi roubado, o Gastão precisa também de:

- um agente (que o auxilie a gerir mais eficazmente o seu trabalho em termos financeiros);

- galerias (que queiram expôr o seu trabalho fotográfico);

- mecenas e investidores (que queiram apostar no seu excelente trabalho);

- um editor (que veja não só um bom investimento financeiro, quanto cultural, na publicação do trabalho resultante do seu Projecto "Ruin'Arte").



Num panorama nacional que se afiança cada vez mais negro, é pena que não se valorizem ou se deixem cair projecto como o que o Gastão de Brito e Silva desenvolve no "Ruin'Arte".

Nesse sentido, aqui apelo a todos os nossos leitores para que divulguem este caso junto dos vossos contactos, tentando ajudar este nosso grande amigo do Património e de Benfica.
Muito obrigada!



(Alexandra Carvalho)




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Centenário da República




"Viva a Cidade de Lisboa! Viva a Republica Portugueza!"






Acta da Sessão Extraordinária da Câmara Municipal de Lisboa de 5 de Outubro de 1910
In Hemeroteca Digital

[clicar para ampliar as imagens]









segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dia Mundial do Animal




"Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais,
e nesse dia, um crime contra um animal
será um crime contra a humanidade."


Leonardo da Vinci







Celebra-se hoje o Dia Mundial do Animal...




Uma das duas cadelinhas com sarna que apareceu, em Fevereiro deste ano, em Benfica, junto a um abrigo de alimentação de uma colónia de gatos de rua.
Segundo relatos de alguns moradores, estas cadelinhas eram oriundas do Bairro por detrás do Cemitério de Benfica; e, quando as suas casas foram demolidas e estes animais ficaram abandonados na rua, foram escorraçados por todas as pessoas devido ao seu aspecto. Como não desenvolveram qualquer contacto com humanos, a Queenie e a Precious (cadela da foto) sempre foram muito receosas, tendo desenvolvido uma forte ligação entre ambas.
Acabaram por ser recolhidas por um amigo meu, vivendo actualmente no Refúgio Animal Angels.

Fotografia de Alexandra Carvalho (Fevereiro 2010)



Precious, já com o pelinho a crescer e mais gordinha, no Refúgio Animal Angels.

Fui hoje informada, no Dia Mundial do Animal, que a Precious luta há 2 dias pela sua sobrevivência. Sempre foi a mais frágil das duas irmãs e está com o fígado em muito mau estado, muito imunodeprimida, ictérica e muito prostrada. Encontra-se a soro e medicada mas o prognóstico é reservado porque a função hepática está praticamente ausente, estando a intoxicar todo o organismo. A Queenie, sua irmã, está muito triste e hoje nem quis comer.

A Precious faleceu no dia 06/10/10...


Fotografia de Mário Ferreira (Abril 2010)





Mais de 10 mil animais continuam a ser abandonados por ano em Portugal
, acabando na sua grande maioria por serem abatidos nos canis municipais, atropelados nas estradas ou sofrendo os piores horrores e provações nas ruas das nossas cidades (muitas vezes, às mãos do próprio Homem, que os violenta e massacra).





Uma das colónias de gatos de rua que se encontra a ser esterilizada ao abrigo do Projecto de uma residente em Benfica, em colaboração com o Canil/Gatil Municipal de Lisboa da CML e com o Projecto "Bazar dos Ronrons".

Fotografias de Alexandra Carvalho (Junho e Março 2010)





"Todos os animais têm o mesmo direito à vida. Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem. Nenhum animal deve ser maltratado. Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei.
(...) O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.", assim vem referido na Declaração Universal dos Direitos do Animal...

Declaração ratificada pelo Estado português, onde, paradoxalmente, os animais continuam a ser tratados em termos jurídicos como "objectos" (persistindo, assim, a impunidade legal face a uma série de situações graves que se continuam a perpetuar para com estes seres vivos).





Cadelinha de 4 meses deixada pela dona em casa sozinha durante mais de um mês, por ter ido de férias. O animal foi resgatado pelos Bombeiros e PSP numa situação limite.

Fotografia de Alexandra Carvalho (Agosto 2010)





Talvez pelo facto dos animais continuarem a ser entendidos legalmente, no nosso país, como objectos, também, na grande maioria dos casos, os seus defensores continuam a ser jocosamente estigmatizados como sendo pessoas demasiado radicais ou carentes, emocionalmente instáveis...

Importa, no entanto, salientar (e esclarecer os que o desconheçam) que esta é uma pura e simples questão de respeito para com a própria vida!...




Gatinha de 2 meses, abandonada com a restante ninhada, dentro de um saco, numa zona de estacionamento de automóveis bastante movimentada, na nossa freguesia.

Fotografia de Alexandra Carvalho (Setembro 2010)





Laika, cadela velhinha e surda, que fugiu de casa dos seus donos em Benfica, foi atropelada e ficou com o globo ocular para fora. Foi vista, completamente desorientada, em plena Estrada de Benfica... e ninguém fez nada pelo pobre animal que sofria.
Acabou por ser recolhida por uma voluntária de uma associação de defesa dos animais.

Fotografias de Júlia Piedade (Outubro 2010)





O reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência de todas as espécies na Terra...

Como já foi demonstrado pela ciência há longos anos, os animais são os "irmãos" com os quais o Homem compartilha a natureza. O desrespeito para com os animais é, assim, também o desrespeito para com os homens, como partes integrantes da mesma natureza.

Enquanto o Homem não se consciencializar que não é "superior" aos restantes seres vivos e que todos temos que partilhar, da forma mais harmoniosa possível, a Terra em que vivemos, estaremos, certamente, a caminhar para a sua destruição!

Celebra-se hoje o Dia Mundial do Animal...