06/08/06
Domingo à tarde. Ar quente e irrespirável e um sol tórrido que lhe queimava a pele.
Descia a Rua Cláudio Nunes a custo, auxiliada pela sua bengala, quando se deparou com dois grandes sacos de entulho. "Lixo" de outros, que renovavam uma qualquer parte de sua casa.
De repente, dei por ela toda entretida a vasculhar um dos sacos.
Pegou num azulejo amarelado pelo tempo, onde ainda se vislumbravam encantadores desenhos traçados a azulão. Virou, revirou e disse com uma voz demasiado comovida, que lhe parecia sair das profundezas do coração: - "Ai, a minha casa vai ficar tão linda!".
"As Respigadoras", de Jean-François Millet (1857)
"Les Glaneurs et la Glaneuse", de Agnès Varda (2000)
2 comentários:
Podias ter avisado onde estava estes sacos de lixo...sou doido (mesmo) por este azulejos (so nao roubo)
beijos
ZA: para a próxima já fico avisada e dar-te-ei logo o alerta ;)
Estou a ver que vivo muito perto de familiares e amigos "respigadores" :)
Bj gd
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