sábado, 6 de março de 2010

Esclarecimento - 2





A 10/12/06, no meu blog pessoal "Palavras & Imagens", escrevi no post "Se (eu tivesse o hábito de jogar e) me saísse o Euromilhões", os seguintes dois parágrafos, que passo a citar:


"Nesta casa ainda vive uma velha senhora que, por vezes, observo a dar comida a alguns gatos vadios que lhe aparecem no pequeno quintal fronteiriço. Ponho-me logo a pensar como será a vida daquela velha senhora, que habita uma casa de 100 divisões… onde, antigamente, deveriam existir crianças a correr de um lado para o outro, empregadas nas suas lides diárias e festas e soirées de gala… e a velha senhora, agora, ali permanece com a imensa carga de transportar sozinha todo o seu passado."

De facto, em 2006, como sou acusada, eu referi que a velha senhora habitava uma casa de 100 divisões. Mas, nunca tendo eu entrado na Vila Ventura, antes da data que já referi neste blog, quando se lê um parágrafo destes, naturalmente, se deve compreender que eu aqui utilizei uma figura de estilo - uma metáfora.


"A casa do lado esquerdo (da qual, também, já aqui deixei registo fotográfico) está abandonada. Tendo, recentemente, sido apropriada a sua ala esquerda por alguns toxicodependentes da zona, para aí pernoitarem. Na sua ala direita, pelo menos desde o Mundial de Futebol deste ano, vive um “ocupa”-anónimo de meia idade, que vislumbrei, um dia destes, a pintar cuidadosamente a janela oeil de boeuf (provavelmente da divisão onde habita) e a porta de entrada. E a casa, aparentemente devoluta, parece ganhar uma vida muito própria quando, em dias de jogo do Sport Lisboa e Benfica, vemos hasteada na pequena janela redonda a sua bandeira, ou, quando se aproxima o Natal, e as iluminações também lá aparecem, colocadas na pequena janela. E eu e a minha imaginação acelerada ficamos sempre a fantasiar mil e uma histórias a propósito daquele estranho que ocupou, apenas, aquela pequena divisão da casa da Vila Ventura."

Tal como sou acusada, mea culpa, porque chamei de facto, em 2006, "ocupa"- anónimo (destaque-se o facto de o ter feito entre aspas, o que, para quem saiba ler e entender português, compreenderá o significado de tal utilização destes instrumento) ao pai da senhora que, desde ontem, me tem vindo a enviar inúmeros e-mails (alguns dos quais, por sinal, bastante ofensivos para mim e para outras pessoas).
Penso que não fui, de modo algum, incorrecta no que escrevi, muito pelo contrário, se se ler o texto até ao fim. E já me justifiquei anteriormente sobre a data em que soube mais informações sobre a "delicada" situação em que este inquilino se encontra.
De qualquer modo, apresento as minhas desculpas sinceras e públicas a quem se tiver sentido lesado com tal facto.



Aqui vos deixo, também, publicamente o esclarecimento sobre aquilo de que sou acusada de ter escrito no meu blog pessoal, em 2006; antes de ter iniciado aqui no "Retalhos de Bem-Fica", em 2008, as investigações históricas sobre as Vilas e os primeiros contactos por e-mail com a Câmara Municipal de Lisboa, assim como, em 2009, os primeiros contactos com alguns dos seus inquilinos e o Movimento de Cidadãos pela Preservação da Vila Ana e da Vila Ventura.

A cada um de vós de retirar as devidas ilações sobre este caso e se, de facto, vale a pena estarem a acusar-me por estes motivos, prolongando atitudes que em nada serão benéficas para a preservação da Vila Ana e da Vila Ventura (ou, sequer, dos objectivos pessoais que induziram a tal quem me fez estas acusações).

Muito obrigada!








8 comentários:

Anónimo disse...

Não dê tanta importância ao assunto. A generalidade dos seus leitores de certeza que compreende os seus escritos, as suas metáforas. Na minha opinião foi clarissima. Acho ridiculo interpretar à letra " 100 assoalhadas". E quando se põem aspas por alguma razão é!
Não desanime!

Leonor Nunes

Miguel Gomes Coelho disse...

Alexandra,
"Para bom entendedor meia palavra basta" e "quem não tem nada que fazer faz colheres" eram duas frases que os meus antepassados costumavam dizer qundo alguém se queria fazer desentendido ou não tinha mais nada que fazer senão preocupar-se com coisas gratuitas.
O seu trabalho é bom e meritório.Tem levado as suas lutas
pugnando por situações que não são suas mas de interesse da comunidade. Triste será que seja incomudada por quem, tendo conhecimento, nada fez ou, porventura (?), e, quiçá inconfessáveis, terá outros interesses que não os seus.
Um conselho:
Coloque moderação de comentários e faça-nos o favor de não ser-mos obrigados a ler certas opiniões que não merecem o espaço que ocupam.
Siga em frente.
Um abraço.

Anónimo disse...

Alexandra,

Um blog é um espaço seu, de liberdade pessoal e criativa. Quem não gostar dos seus escritos, mude de canal...isto há coisas que nem merecem resposta!

Não abra mão do que pense ou sente e, não abra mão sobretudo da sua liberdade de expressão!

Um abraço!

Helena disse...

minha querida, respira fundo e passa a cara e as mãos por água fria

vais ver que em poucos dias a nódoa negra se vai desfazendo...

;)*

João disse...

Alexa: aproveite este (caricato) episódio para daí retirar os devidos ensinamentos. Ou seja, tente usar uma linguagem tão rigorosa quanto possível por forma a não dar azo a falsas (e insidiosas) interpretações, mas siga em frente com o seu objectivo de defesa das vilas Ana e Ventura. Foque-se nisso e esqueça eventuais "acidentes de percurso". Força!

Alexa disse...

Muito obrigada a todos pelos vossos comentários e partilha de ideias e opiniões sobre este "episódio"!

Depois de muito pensar no assunto, apenas expus, publicamente, aqui no blog, o que se tinha passado uma vez que este assunto estava indirectamente ligado a um dos inquilinos das Vilas.

Mas agora é seguir em frente, com o bom ritmo e excelentes apoios de todos, que temos tido desde que iniciámos esta Luta por uma Causa importante para a nossa freguesia, cidade e, até mesmo, para o país!

Um abraço amigo

Anónimo disse...

Cara Alexa,
siga em frente com o excelente trabalho que tem realizado.
Às vezes o caminho é espinhoso e aparecem-nos alguns precalços que nos fazem pensar que estaremos a percorrer o caminho certo, mas quando somos fortes e estamos conscientes que é o certo (é o seu caso) tudo isso passará.
Como a Helena disse é uma nódoa negra que fica durante um período mas que depois passa e se esquece.

Muita força para estes seus hercúleos esforços.
Luís

Dulce disse...

Olá Xana,
Não deves valorizar demasiado este "pormenor". Os teus leitores conhecem a tua escrita e isto é para esquecer.
Beijinhos