sábado, 12 de junho de 2010

O 25 de Abril e a RTP (I)





Todos os direitos reservados @ Fausto Castelhano, "Retalhos de Bem-Fica" (2010)




(ou quando o Movimento das Forças Armadas se esqueceu de “conquistar” o Centro Emissor de Monsanto…)


por Fausto Castelhano



"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo"


Sophia de Mello Breyner Andresen





Capítulo 1


O silêncio perturbador da RTP no 25 de Abril de 1974



Comemorou-se mais um aniversário da chamada “Revolução dos Cravos”, o movimento libertador do povo português que liquidou, sem apelo nem agravo, um regime anacrónico e autocrático gerado e malparido pelo pronunciamento militar do 28 de Maio de 1926.



O romper da aurora na Serra de Monsanto.
(Foto de Fausto Castelhano obtida do terraço do edifício do Centro Emissor de Monsanto)



Passados que foram 36 anos da data histórica do 25 de Abril de 1974 e, depois de assentar a densa poeirada de muitos e variados equívocos que pairaram em torno do que se teria passado, nesse mesmo dia, no Centro Emissor de Monsanto, sito no Parque Florestal de Monsanto, Freguesia de Benfica, é tempo de alinhavar algumas considerações a propósito desta premente questão, nunca devidamente esclarecida com a seriedade que o assunto mereceria…
Isto é, acertar contas duvidosas, algo atrasadas, amarrar algumas pontas soltas que continuam a balançar ao capricho dos ventos das mais desencontradas conveniências ou quadrantes e colocar, no devido lugar, alguns pontinhos nos “is” no prolixo “patuá” que teima, propositadamente ou não, a proliferar por terrenos férteis aos seus obscuros intentos e onde, sem rebuço, consiga medrar “à cabralina”…
Ou seja, desenvolvendo exacerbados esforços por manter-se “à tona”, a expensas dos mais ingénuos ou distraídos que, na sua boa fé, se vão deixando embalar e levar pelo engodo do mundo da fantasia que, bastas vezes e aos poucos, se vai amalgamando com a verdadeira realidade…
Assim, aproveitando a oportunidade dos tradicionais festejos do Movimento dos Capitães, inolvidáveis acontecimentos que alteraram, profundamente, a sociedade portuguesa, e após as “discursatas” de circunstância (quantas delas ornadas de refinada e contumaz demagogia) e das manifestações de rua que procuram, abnegadamente, evitar que os cravos vermelhos murchem de vez, vamos tentar descascar tão antigo e insustentável imbróglio repudiando, desde já, subterfúgios ou meias tintas, por quem viveu, ansiosamente, esses fascinantes tempos atascado, até aos gasganetes, numa verdadeira embrulhada (por mor dos pecadilhos que carrego na consciência) mas lá, exactamente em “su sítio”: o Centro Emissor de Monsanto…



A torre metálica do Centro Emissor de Monsanto já fazia parte da paisagem do Parque Florestal de Monsanto. A velha torre (80 metros de altura a que foram acrescidos, 20 metros com o chamado “palito” superior dos painéis de emissão de UHF do 2º Programa) sustentava as antenas de emissão do 1º Programa, (canal 7) e do 2º Programa canal 25), além doutros equipamentos (Parábolas, Receptores e Emissores de Feixes Hertzianos - Fixos e Móveis).
(Foto de Fausto Castelhano)



Estou absolutamente convicto de que este tema será de suma importância para a compreensão séria e fidedigna dos factos ocorridos nesse dia inesquecível, por 3 ordens de razões:
1 - O Centro Emissor de Monsanto está localizado na nossa Freguesia de Benfica, na Estrada da Belavista, Parque Florestal de Monsanto;
2 - Dois dos técnicos que viveram, intensamente, as peripécias do dia 25 de Abril de 1974 (por força do seu Horário de Trabalho), encontravam-se no interior das próprias instalações da RTP de Monsanto mas, outrossim, moravam na nossa Freguesia de Benfica;
3 - Nos colóquios sobre o 25 de Abril e, sempre que se tentava levantar uma pontinha do véu sobre esta matéria, raramente se obtinha qualquer resposta de coração aberto ou, então e o mais das vezes, assobiava-se para o lado, fechavam-se em copas e cerravam a matraca… O assunto escaldava e fugiam dele como o “diabo da cruz”… A atitude, provavelmente, não seria inocente, segundo a minha leitura que, ao cabo e ao resto, não andará longe da verdade histórica. Decididamente, algum pormenor de relevante transcendência teria escapado no plano das operações militares do MFA (1). Estafado enigma que urge esclarecer… sem mais preâmbulos…
Desta feita, convido os nossos amigos a rememorar todos os momentos desse longo e exaltante dia (quando a tropa armada saiu dos quartéis e o generoso povoléu, louco de entusiasmo e sedento de liberdade, irrompeu pelas ruas e alamedas do país) e onde, cumprindo o seu influente papel informativo (cala-te boca! Também desinformam e omitem, indecentemente, se lhes convém…), o Rádio Clube Português (a Emissora da Liberdade) e, a esparsos, a Emissora Nacional, nos iam dando a conhecer, passo a passo, as manobras militares (e não só) que se iam operando no território nacional…Façam um pequenino esforço de memória, não se acanhem e digam lá: “Que outro facto singular e muito estranho vos chamou, a especial atenção, precisamente nesse dia?”



A torre metálica do Centro Emissor de Monsanto. Além das antenas de emissão do 1º Programa, (canal 7) e do 2º Programa canal 25) colocadas no topo, sustentava as parábolas dos Feixes Hertzianos (emissão e recepção) para Norte (Montejunto); para Sul, com ligação à Eurovisão (Serra Alta, Mendro); Estúdios do Lumiar, além doutras. Nos chamados Programas de Exteriores, as parábolas de recepção eram colocadas, ou no terraço do próprio edifício ou, então, nas plataformas (a várias alturas) da própria torre.
(Foto de Mário Alves e retocada por Mike)



Óptimo! Estava na cara e acertaram, logo à primeira…na “mouche”! Claro, isso mesmo…O silêncio ensurdecedor das emissões da Radiotelevisão Portuguesa…Nem mais!
É esta espinha dilacerante que, desde então, continua profundamente encravada nas minhas goelas e me apoquenta dia e noite…As esperanças foram-se diluindo, pouco a pouco e, já tinha imaginado que um dia, mais cedo ou mais tarde (é a Lei da Vida), quando embarcasse na barca que me conduzirá, vogando pelo espaço sideral até ao Além, a espinha, a velha e maldita espinha me iria acompanhar até ao fim dos Tempos…
Até que…
Recentemente, um amigalhaço de longa data largou-me, nos gadanhos, um conjunto de 6 CD intitulados “Os cravos da Rádio – Histórias de um certo Abril – Edição da TSF/Rádio Notícias”
Porém, teve o especial cuidado de me segredar ao ouvido:
Põe-te “a fancos”, pá! Vais cair p’ró lado quando ouvires o que aí está documentado sobre o Emissor de Monsanto…"
O caso prometia… Até que enfim! Alguma coisa saltava cá p’ra fora…Que láparo graúdo iria sair da cartola?
Na Ficha Técnica, uma mão cheia de nomes altamente sonantes entre Editores de Antena, Jornalistas, Técnicos, etc. Uma farturaça de cavalheiros “granjolas”…Gente de alto gabarito, isenta até à medula, fazedores de opinião, impoluta, acima de qualquer suspeita… O costume a que nos habituaram no seu paleio p’ra adormecer boi, claro está!



Outro aspecto da torre metálica de emissão
(Foto de Mário Alves)



Uma mórbida curiosidade assaltou-me e, à cautela, não fosse o demo tecê-las, enfiei as luvas e segurei o dito material com pinças, recostei-me confortavelmente no sofá e vai daí, sem tugir nem mugir e imerso num nervoso miudinho, preparei-me para digerir a insigne gravação…
Efectivamente, no início do 3º CD lá estavam, em amena e cordial cavaqueira, João Paulo Menezes, Carlos Vaz Marques, o historiador António Reis (figura pública sobejamente conhecida e que participou na ocupação dos estúdios do Lumiar integrado na força militar da EPAM (Escola Prática de Administração Militar) (2) e, ainda, vejam só, repescaram o famigerado capitão Eduardo Alarcão (de que falaremos mais tarde), elemento proeminente do Serviço de Segurança da RTP…
Efectivamente, os autores de tão badalada e criteriosa publicação estão de parabéns… Estou convencido e à luz da realidade presente, que o naipe de personagens seleccionadas foi acertadíssima… Quase que garanto, singelo contra dobrado que, as distintas figuras mencionadas, jamais transpuseram os portões do Centro Emissor de Monsanto ou deitaram uma simples olhadela à cor do próprio emissor… E, sobre técnicas de transmissão de sinais televisivos, estamos entendidos! Dominam tanto essa área específica (admito que é um bocado complicada, requer estudo apurado e persistente, longa experiência, traquejo em alto grau, rapidez de raciocínio, agilidade de mãos, olho clínico, actualização constante, é certo e sabido) como eu percebo da moderna cultura da genuína minhoca sarapintada…



Equipamento dos Feixes Hertzianos TM 110 utilizado nas transmissões de exteriores.
(Foto de Fausto Castelhano)



Palavrosos, falaram pelos cotovelos, debitaram a torto e a direito e teceram considerações sobre tudo e sobre nada, em 2ª ou 3ª mão (e quem conta um conto, acrescenta, logo, outro), opinaram e analisaram tintim por tintim, o que teria ocorrido de absurda anormalidade nas instalações do Centro Emissor de Monsanto… Desta feita, para quem nunca penetrou no recinto (à excepção do petulante capitão Eduardo Alarcão), é obra muitíssimo asseada e digna de todos os encómios…
Mas, às tantas, e daqui endereço uma saudação calorosa ao jornalista pela ousadia de tal atrevimento (que não tenho o grato prazer de conhecer) surge, de supetão e intercalada no animado bate-papo onde imperava o surrealismo, a óbvia e sacramental pergunta que tanto desespero e mal-estar me causava pela infinita demora de tantos e tantos anos: "Então porque é que as tropas do MFA não ocuparam o Emissor de Monsanto?"
A resposta (de António Reis) foi, simplesmente, extraordinária:
"Por esquecimento do comando!"
Louvado seja Deus… Que despautério… De antemão, estava alertado para uma qualquer paleta de emoções fortes mas, mesmo assim, fiquei estarrecido, chocado com tamanha e arrasadora barbaridade e… temi pela minha saúde…
Não obstante, é assim e as coisas são como são! E aqui, calha que nem ginjas, bem se pode aplicar e com toda a pertinência, o aforismo: “Cada qual tira as medidas conforme a fatiota que pretende envergar”… Nada mais!
E eu, ignoto cidadão deste rectangulozinho minorca esparramado sobre o Atlântico, humildemente, pergunto: Então, e a minuciosa planificação das operações de campo do MFA? E o responsável pelas comunicações militares (ao tempo, o tenente-coronel Garcia dos Santos? Se, na verdade, existiam alvos estratégicos a proteger pela tropa sublevada, o Emissor de Monsanto seria, sem pestanejar, altamente prioritário e com carácter de suprema urgência… Meus senhores, local de primeiríssima ordem no controlo da totalidade das emissões televisivas… O coração, as principais artérias e suas ramificações estavam ali… às escâncaras…
Mentalmente trepei ao terraço do edifício e ao 2º piso da antiga torre metálica do Emissor… Relanço a vista ao redor e… observo o panorama. A 100 metros, o Quartel dos nossos vizinhos do GDACI, da Força Aérea Portuguesa e, um pouco mais acima na direcção da Cadeia de Monsanto, a Estação Rádio Naval da Marinha de Guerra Portuguesa; a norte, o Quartel de Engenharia 1, da Pontinha; na Calçada da Ajuda, os Quartéis da Polícia Militar e de Lanceiros 2; na Amadora, o Quartel dos Comandos; em Queluz, o Quartel do RIOQ (Regimento de Infantaria Operacional) e ainda, a um “salto de gato”, o Regimento de Infantaria 1, o Regimento de Artilharia Ligeira 1 (RAL1), o Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa (RAAF), etc. etc.



Centro Emissor de Monsanto – Mesa de Comando no interior da Sala dos Emissores – João Vale (Feixes Hertzianos), Oliveiros Lopes Gervásio e Fausto Castelhano, de pé, do Departamento de Emissores.
(Foto de Fausto Castelhano)



Reparem bem e meditem… Tropa à “fartazana” p’ra “conquistar”, tranquilamente e d’um só golpe, o Centro Emissor de Monsanto e arrumar quatro simplórios guardas da GNR e dois “acagaçados” oficiais às ordens do decrépito e safado regime de 48 anos colocando, num ápice, tudo na ordem! Mais fácil que catrafilar pardais, à ratoeira e formiga d’asa… Só visto e… não dá p’ra entender…
A tese de esquecimento não tem ponta por onde se lhe pegue e ninguém, de bom senso, engole tão manifesta patranha! Ademais, por mais que me desunhe, a estrambótica resposta (apesar de denodados esforços) não me entra no bestunto… nem à cacetada! O motivo teria sido (se entrementes, não for descortinado outro de manifesta evidência), provavelmente, muito mais comezinho… A pura ignorância de como funciona a complexa e sublime maquinaria que irradia, em todos os azimutes, as ondas electromagnéticas de VHF e UHF e, trespassando o éter à velocidade de 300.000 Km/s, enfia-se pela casa d’entro de um qualquer cidadão luso e pespega, os bonequinhos a mexer e a fazer caretas, nas tais caixinhas mágicas que, dizem, revolucionou o mundo: os receptores de televisão…
Mas, não! À molhada, os militares do MFA arrancaram às 03:00 da madrugada e foram todos, de carreirinha, atropelando-se uns aos outros, p’rá montra… A montra das vaidades, perdão, os Estúdios do Lumiar que, só por si, não valiam nada… Foi, verdadeiramente, um espectacular tiro chocho… de pólvora seca!
E, no entanto, na catacumbas da garagem do próprio Centro Emissor de Monsanto lá estava, assolapado e gozando “à brava” com o pagode, rindo-se a bandeiras despregadas, um pequenino e mal-enjorcado estúdio de recurso, montado e prontinho a funcionar em pleno o qual, dava e sobejava p’rás encomendas: mesa e duas cadeiras, tripé p’rá câmara, microfones, pano de cenário vermelho escuro, cabos de interligação a todo o sistema de Feixes Hertzianos, Emissores e Retransmissores de todo o país, ligação à Eurovisão e à Estação de Satélites da Rádio Marconi (em Alfouvar), etc.
Receio do valente TOP, o cão-maravilha e guardião incontestável da fortaleza… ou “os artistas” estariam demasiado longe dos holofotes da ribalta onde, a contento, brilhassem em todo o seu esplendor? Fica a pergunta no ar…
Inteligentes quiçá, astutos, os rapazolas do consulado presidido por Marcelo Caetano (filhotes dilectos do “Manholas” de Santa Comba Dão) sabiam-na toda e, uns meses antes, prevendo um eventual percalço (o reboliço pressentia-se à légua e, mosquitos por cordas, turvando a atmosfera, eram mato!), instalaram todo o esquema necessário numa tal emergência afinal, sempre presente no horizonte já um tanto turvado e ameaçando borrasca da grossa…Uns espertalhões de primeira plana!
Na verdade, tratava-se d’um palco modesto, sem espavento e arredio a espectáculos cintilantes, mas perfeitamente operacional p’ró que desse e viesse… E foi assim, empanzinadas de ilimitada esperteza e auto-suficiência que as Forças Armadas do MFA despejaram, pela borda fora, uma oportunidade de ouro de altíssimo quilate, privando o planeta Terra de assistir à transmissão, em directo, a todo o desenrolar da Revolução dos Cravos…
E aqui está, meus caros amigos, a justificação do subtítulo do texto: “Ou quando o MFA se esqueceu de “conquistar” o Centro Emissor de Monsanto”… E esta menção não está ali “prantada” ao sabor de qualquer irreverência ou mera provocação, p’ra longe vá o agouro!
Dissecar, ponto a ponto, sem punhos de renda e o mais fielmente possível, socorrendo-me do meu imaginário, de anotações avulsas depositadas nos fundos da velha arca e do relatório (pessoalmente elaborado na altura destes factos), é o objectivo primordial desta iniciativa em prol, claro está, da verdade a que todos temos direito…
Vamos, então, regressar à inesquecível quarta-feira do dia 25 de Abril e, remexendo nos escaninhos da memória relatar o desbobinar do filme acontecido nesses tempos fantásticos e que nos parecem já, tão longínquos sobrepondo, sempre, a extrema exactidão, a veracidade e o rigor histórico… E, em primeira mão e com o condão de oferecer algum colorido ao texto, afoitei-me a inserir documentação interessante e algumas fotos inéditas do Centro Emissor de Monsanto, das Salas dos Emissores e dos Feixes Hertzianos, etc.



NOTAS


(1)


A ocupação dos Estúdios da RTP

Conforme é referido no livro Alvorada em Abril, de Otelo Saraiva de Carvalho, a RTP foi dos primeiros objectivos a serem conquistados, precisamente, à hora determinada na Ordem de Operações das Forças do "MFA".
“Procedeu-se ao posicionamento das tropas de ocupação em locais adequados à defesa imediata dos Estúdios da RTP. Embora o armamento pesado estivesse inoperacional, por não ter sido municiado em conformidade, (…) [verificou-se, já na cena das operações que, aquando da tomada da EPAM as munições escolhidas não correspondiam às armas transportadas], foi instalado como se estivesse operacional. Com as respectivas caixas de munições ao lado, em locais visíveis, permitia, no mínimo, obter o efeito dissuasor.
O Posto de Comando foi estabelecido no gabinete do então Director da Informação, José Mensurado, por ter uma localização mais central. Por fim, forneceu-se uma informação sumária aos militares sobre os objectivos da missão, evidenciando as restrições quanto à utilização do armamento que lhes estava distribuído.
Obtido o sucesso da operação militar "MÓNACO", e cumprida a missão, estabelecida na Ordem de Operações do "MFA", da EPAM, havia que dar continuidade à missão deduzida, de forma a assegurar os seus fins últimos, ou seja disponibilizar a emissão de TV para todo o país ao serviço do "MFA". Tal, deveria acontecer, no mínimo, a partir das 12h00 (hora habitual do início das emissões de TV) do dia 25 Abril 1974.
Conseguidos os meios técnicos mínimos e pressupondo-se o sucesso das operações militares concorrentes de ocupação das antenas de Monsanto e da Lousã, bem como dos estúdios do Monte da Virgem (Porto), importava atingir a segunda parte do objectivo "MÓNACO", isto é, colocar a "mira" no ar de 26Abr74 e iniciar a emissão de TV ao serviço do "MFA". Tal, só veio a ser, efectivamente, conseguido cerca das 19h00, fundamentalmente, por falta de controlo das antenas de Monsanto que, contrariamente às informações prestadas e confirmadas pelo Posto de Comando, não se encontravam dominadas por forças amigas”.

Observação: Teatro de Guerra sem munições? Esta, não lembra o diabo!


(2)

O destacamento da EPAM que ocupou os Estúdios da RTP

25 de Abril de 1974 – Um destacamento da EPAM, comandada pelo capitão Teófilo da Silva Bento, coadjuvado pelos tenentes Santos Silva, Matos Borges e Cerdeira, os alferes Manuel Geraldes e Martins, aspirante miliciano António Reis e furriel miliciano Rosado, ocupa os estúdios do Lumiar da Rádio Televisão Portuguesa (RTP), às 03:00 horas.
25 de Abril de 1974 – Início do cumprimento das missões militares, às 3 horas, de acordo com o “Plano Geral das Operações”.
(in “Abril de novo 25 de Abril – dia da liberdade Jofre Alves)


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Continua…






4 comentários:

João disse...

Se tivermos em conta que a pobreza cresce a olhos vistos enquanto os mesmos de sempre não param de "engordar", é lícito concluir que o 25 de Abril não terá falhado apenas na ocupação do Centro Emissor de Monsanto... :(

Alexa disse...

Amigo Fausto: muitíssimo obrigada por mais um EXCELENTE texto!
Aguardo curiosa os próximos capítulos, em prol da verdade a que todos temos direito…
Abraço forte

Fausto disse...

Olá Alexa
Obrigado pelo seu comentário
O 2ºCapítulo já está na linha de partida e segue dentro de momentos!

Abraço amigo

Fausto

Fausto disse...

Olá João

Tem toda a razão, mas o 25 de Novembro de 1975 estrangulou o 25 de Abril.

Um abraço

Fausto