(por Fausto Castelhano)
Dick, gatarrão inesquecível!
Digno representante da raça Felis Silvestris Catus, também conhecida como gato caseiro, gato urbano ou gato doméstico, Dick era um animal da família dos Felídeos, muito popular como animal de estimação. Ocupando o topo da cadeia alimentar, é um predador natural de diversos animais, como roedores, pássaros, lagartixas e alguns insectos.
Todavia, Dick revelou-se um gatarrão de altíssimo gabarito. Extremamente inteligente, arrogante, bonito e vaidoso, ágil e muito independente. Sempre pronto a uma qualquer malfeitoria, tornou-se um corrécio de primeiríssima ordem. Apenas obedecia à dona, a Paula Maria que nutria, pelo Dick, uma ilimitada estima e carinho!
Em resposta a qualquer ralho, Dick, o descarado fuzilava-nos com um penetrante olhar das suas pupilas esverdeadas e, não poucas vezes, atacava! Na retribuição a qualquer afago estendia, imediatamente, as garras afiadas e ameaçador, eriçava o pelo até ao rabo e mordia! Um perigo iminente! Se não se pisgava a tempo, levava um bruto safanão nas ventas p’rá aprender e no intuito de o tornar um tareco sociável. Jamais conseguimos alcançar esse objectivo! Um safado!
Dick nasceu na Estrada de Benfica em 1982, exactamente na “Papelaria Popular” e era filho da gata de estimação do Sr. Capelo e da Dª. Nazaré.
Pequerrucho, já vinha mal habituado quando mudou de residência para a Rua Manuel Múrias, 11 r/c Esquerdo, em Benfica.
A Paula Maria, aí nasceu a 19 de Dezembro de 1966.
Alimentado a carne fresca fornecida pelo talho do Sr. Virgolino, paredes meias com a "Papelaria Popular", Dick tornou-se um guloso incorrigível. Só chicha e, se possível, crua! O bichinho, possante e de pelo luzidio, encorpou e atingiu, nos seus tempos áureos, a magnífica performance de 6 Kg bem pesados…
Dormia na cama, aos pés da dona e, quando a Paula Maria se arrumou a trouxa, levou-o consigo. Foi um alívio, mas sentimos, enormemente, a falta do malandrão. Quando resolvíamos visitar a Paula Maria, lá estava o desenvergonhado a mirar os intrusos.
Já velhinho, manteve sempre a mesma postura altiva. Foi um gato do “caraças”, benza-o Deus.
Faleceu no ano 2000, poucos dias depois do nascimento do João Tomás, o filho da Paula Maria. Esperou que alguém tomasse o seu lugar!
Com as honras devidas a tão extraordinário personagem, foi sepultado na encosta de S. Marcos, concelho de Sintra. Paz à sua alma!
2 comentários:
Ao meu companheiro de todas as horas, as boas e sobretudo as menos boas, um obrigada cheio de saudade, da tua dona Paula.
Querida Paula: bem vinda ao nosso "Retalhos de Bem-Fica" e muito obrigada (nós) por nos ter permitido descobrir a estória deste seu amigo felino.
Beijinhos
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