domingo, 15 de fevereiro de 2009

A Casa da Palmeira




31/03/08






Rua Cláudio Nunes, Nº 60

Fotografias de Alexandra Carvalho (2008)





Conheço-a desde miúda, quando a minha mãe vinda do emprego me ia buscar a casa dos meus avós e subíamos toda a Cláudio Nunes, até chegarmos a nossa casa.

A meio caminho desta longa rua, que termina no Cemitério de Benfica, ali ficava ela, sempre muito arranjada apesar do tempo que teimava em corroer os seus materiais.

Nunca soube quem ali morava, nem me lembro de algum dia ali ter vislumbrado alguém. Apenas a fui conhecendo sempre como a "Casa da Palmeira", devido à enorme árvore desta espécie, que compunha o desenho do seu lado esquerdo.


3 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite, Alexa

Dado que nasci no challet que aparece no lado esquerdo das fotos que ilustram o artigo sobre as “Escadinhas da Cláudio Nunes”, estou em condições de lhe responder à interrogação que levantou sobre quem morava nas casas do nº 60 da referida rua.

Sim, nas casas porque, efectivamente, eram duas casas, já que o nº 60 da Rua Cláudio Nunes estava dividido em duas fracções, A e B.

A fracção A (a do lado esquerdo da foto e, por conseguinte, do lado oposto à palmeira) era habitada pela Dª Gracinda e pelo Sr. José. Tinham uma filha, de seu nome Fernanda, que creio ainda morar na Rua Dr. João de Barros (nos prédios construídos na antiga Quinta das Palmeiras). O Sr. José faleceu há alguns anos e a Dª Gracinda faleceu há poucos meses.

No quintal da casa tinham, entre outras árvores, uma grande figueira e a Dª Gracinda, que praticamente me viu nascer assim como ao meu irmão mais novo, sabendo que eu gostava – e gosto – imenso de figos, todos os anos me oferecia um prato dos deliciosos frutos que aquela enorme árvore dava.

Na fracção B, morava um senhor que trabalhou durante muitos anos no Girassol de Benfica.

Continue com a mesma determinação e empenho em prol de uma Benfica moderna, sim, mas que não renegue o seu passado histórico.

Com os melhores cumprimentos,
Vasco Morgado

Alexa disse...

Boa noite Vasco,

Permita-me, antes de mais, fazer algo em que me tenho atrasado (por real falta de tempo), ou seja, dar-lhe as boas vindas ao "Retalhos de Bem-Fica" e agradecer-lhe pelos comentários que nos tem deixado (que muito nos ajudam a compilar as memórias daquilo que foi esta nossa freguesia de Benfica).

Agradeço-lhe também por ter saciado a minha curiosidade relativamente aos moradores da "Casa da Palmeira" :)

Se a memória não me falha, terá sido, então, a Dª. Gracinda que, por vezes, eu via, há alguns anos atrás, junto à sua porta dizendo adeus a quem passava na Cláudio Nunes (possivelmente, já fruto de algum distúrbio do cérebro... mas pena que não tenhamos também sabido valorizar, em Benfica, a nossa "Senhora do Adeus" :)

Será que o Vasco não tem melhores fotos desse palacete que existiu junto às Escadinhas da Cláudio Nunes, onde nasceu?
Seriam, sem dúvida alguma, uma verdadeira preciosidade para aqui divulgarmos.

Aproveito, também, para aqui lhe deixar o convite, caso queira ou tenha tempo para isso, para colaborar com este nosso blog comunitário da forma que melhor lhe aprouver, seja com o envio de textos e/ou fotos, etc.
Poderá fazê-lo enviando-nos um e-mail para: palavraseimagens@gmail.com

A título pessoal, agradeço-lhe, também, pelas palavras de incentivo que me dirigiu.

Abraço,
Alexandra.

Anónimo disse...

Boa noite Alexandra,

Obrigado pelos votos de boas vindas ao "Retalhos de Bem-Fica".

É com o maior prazer que aqui coloco os comentários, tentando responder a algumas dúvidas que vou vendo expressas ou dando largas às memórias dos meus tempos de criança, adolescente e homem que passei em Benfica, terra que me viu nascer, crescer e partir quando, ao casar, me vi "obrigado" a migrar para o concelho de Oeiras. Não esqueci, contudo, Benfica até porque ainda aí mora a minha Mãe, na Rua Cláudio Nunes onde vou regularmente.

A Dª Gracinda era uma Srª muito magra que às vezes estava no pequeno terraço que fronteia a casa e, que eu saiba, não sofria de distúrbios mentais. Como já não via bem, tinha receio que passasse alguém conhecido sem que ela a reconhecesse e para não fazer má figura, ia cumprimentando as pessoas que passavam pelo que poderá ter deixado essa imagem de insanidade mental que refere.

Eu não tenho fotos antigas comigo mas poderei ver em casa da minha Mãe se haverão por lá algumas que possam ser aqui divulgadas.

Procurarei, na medida do possível, colaborar com este blog, enviando "crónicas" com estórias ou acontecimentos por mim vividos ou que me foram contados e que, de algum modo, possam dar a conhecer mais um pouco os tempos da minha vivência em Benfica, desde finais da década de 50 até meados da década de 80, quando "zarpei" para outra freguesia.

Abraço,
Vasco